Batismo de bebê reborn? Padre recusa e desabafa em nota oficial

O universo dos bebês reborn voltou a gerar polêmica nas redes sociais, mas desta vez com repercussão dentro da Igreja Católica. Após ser procurado por fiéis pedindo cerimônias religiosas para esses bonecos hiper-realistas, o padre Chrystian Shankar, da Diocese de Divinópolis (MG), publicou uma nota oficial se posicionando contra o batismo de bebê reborn e outros rituais relacionados. Em tom crítico, ele sugeriu que pessoas que fazem esse tipo de solicitação deveriam procurar acompanhamento psicológico.

Batismo de bebê reborn? Padre recusa e
desabafa em nota oficial. (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

A resposta direta e irônica do padre viralizou nas redes sociais, provocando uma onda de discussões sobre os limites do afeto pelo bebê reborn. A nota foi publicada no perfil do sacerdote no Instagram, que reúne mais de 3 milhões de seguidores, e gerou uma mistura de apoio e controvérsia entre internautas.

O que é um bebê reborn?

Os bebês reborn são bonecos confeccionados artesanalmente com o objetivo de se parecerem ao máximo com recém-nascidos reais. Feitos de vinil ou silicone, eles possuem detalhes como veias, dobrinhas, peso real e até cheiro de bebê. Inicialmente criados como itens de coleção ou para uso terapêutico, esses bonecos ganharam uma legião de admiradoras que os tratam como filhos de verdade, com direito a roupas, carrinhos, berços e até certidão de nascimento.

A prática, no entanto, passou a gerar questionamentos quando essas “mães de reborn” começaram a reivindicar espaços e direitos destinados a crianças reais. Há registros de tentativas de utilizar os bonecos em atendimentos médicos simulados e até em vagas preferenciais no transporte público.

A especialista Daniele Gomes, colaboradora do FDR, traz detalhes da multa para quem levar bebê reborn ao SUS.

Padre rejeita pedidos religiosos

Na nota divulgada, o padre Chrystian Shankar esclareceu que não realiza nenhum tipo de cerimônia católica para bonecos, incluindo batizados, catequeses, missas de Primeira Comunhão ou de Sétimo Dia. Ele também ironizou a ideia de orações de libertação para reborns “possuídos” e finalizou dizendo que, nesses casos, o melhor caminho seria buscar ajuda profissional ou entrar em contato com o fabricante do boneco.

A declaração acendeu um debate sobre os limites entre fé, fantasia e saúde mental, especialmente quando o envolvimento afetivo com os bonecos começa a interferir em espaços religiosos ou públicos.

Propostas de lei querem restringir uso de bebês reborn

A polêmica chegou ao Congresso Nacional. Três projetos de lei foram apresentados na Câmara dos Deputados propondo restrições ao uso de bebês reborn em ambientes públicos e à concessão de benefícios destinados a crianças reais. As propostas preveem:

  • Proibição de atendimentos clínicos simulados com reborns em hospitais e unidades de saúde, mesmo privadas;
  • Sanções administrativas para quem usar os bonecos com a intenção de obter privilégios, como fila preferencial;
  • Encaminhamento para acolhimento psicossocial de pessoas que desenvolvem vínculos afetivos profundos com esses objetos.