VITóRIA DA CONQUISTA, BA — Uma cidade do Rio inovou ao lançar sua moeda própria e desenvolver um projeto de renda básica. Nos últimos anos a medida se consolidou nos últimos anos. Hoje metade da população recebe o benefício que mudou a renda familiar.

(Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)
Uma ideia inovadora e focada em beneficiar a população: uma moeda própria e projeto de renda básica, essa é a realidade dos moradores de uma cidade do Rio. Já são mais de 10 anos de projeto que tem demonstrado o sucesso. Descubra se vale a pena preparar sua mudança para essa localidade.
Cidade do Rio tem moeda própria e projeto de renda básica
O ano era 2013 e uma cidade do Rio dava início a um projeto inovador: uma moeda própria e um projeto de renda básica. Hoje metade da população de 197 mil habitantes de Maricá recebe o benefício que amentou a renda mensal das famílias além de promover o comercio local. Os resultados são excelentes e podem inspirar outras cidades.
“Em 2013, com a nova partilha dos royalties, foi possível criar a secretaria de projetos sociais”, conta Adalton Mendonça, que participou do começo da iniciativa, e atualmente é subsecretário de economia solidária da cidade, segundo a Isto é.
A renda básica naquele momento parceria algo fora da realidade, mas ao longo dos anos provou ser um grande sucesso. Outra medida adotada pelo governo local foi a tarifa zero no transporte público.
Mumbuca
O projeto deu origem à mumbuca, cada unidade equivale a R$ 1. A partir disso os benefícios sociais, começaram a ser pagos em mumbuca. A moeda movimenta o comercio local.
No primeiro ano, 2013, o projeto beneficiou 40 famílias com renda mensal de até um salário mínimo. Cada uma recebia 70 mumbucas. Aos poucos os benefícios foram ampliados e os 42 mil pessoas passaram a receber 130 mumbucas mensais, cada.

(Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)
Moeda própria chama atenção
A ideia de criar uma moeda própria, que beneficie a população e movimente o comercio, chamou a atenção de todo o mundo. A prova dos impactos é que outros países reproduziram a ideia, como a Finlândia, Reino Unido e Alemanha.
Assim, o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fábio Waltenberg, se uniu a pesquisadores brasileiros e internacionais. O objetivo é observar os resultados dessa iniciativa.
Ao todo mais de 5 mil beneficiários da mumbuca participaram da pesquisa que revelou um aumento de renda de 9% e de consumo de 5%. O aumento de renda mais expressivo aconteceu nos lares com menores de idade e chefiados por mulheres.
“A iniciativa ajudou muito na inclusão financeira, especialmente para a população sem acesso a crédito, e tradicionalmente fragilizada”, aponta Waltenberg.
Outro ponto positivo foi que durante a pandemia de Covid-19 o cadastro das famílias facilitou o acesso delas aos benefícios emergenciais. Na época a prefeitura ampliou a quantidade de mumbucas de 130 para 300.
Atualmente, 92 mil pessoas recebem 230 mumbucas por mês, para isso são investidos R$ 18 milhões, valores obtidos pelos royalties do petróleo.
No Brasil Niterói, também no Rio de Janeiro, replicou o projeto em 2021, criando a arariboia, uma moeda social ao estilo mumbuca. Outros oito municípios fluminenses também possuem projetos semelhantes.