Índice de desemprego chega a 7%, atinge menor taxa na história deste período

ARAGUARI, MG — O desemprego no Brasil voltou a subir, mas não impediu o avanço de indicadores positivos no mercado de trabalho. A renda média aumentou e a informalidade diminuiu, sinalizando um cenário de recuperação. Apesar do leve crescimento, o percentual de 7% registrado até março é o mais baixo para esse trimestre desde 2012. Os dados são da Pnad Contínua, do IBGE.

Índice de desemprego chega a 7%, atinge menor taxa na história deste período. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

O levantamento também aponta que o mercado segue resiliente, com crescimento da massa salarial e mais vínculos formais sendo gerados em diversos setores. A taxa de desemprego alcançou 7% no primeiro trimestre, confirmando as projeções de especialistas após os 6,8% registrados até fevereiro. O índice segue em alta desde dezembro, quando estava em 6,2%.

Segundo o IBGE, o desemprego atingiu 7,7 milhões de brasileiros, um salto de 13,1% em relação ao trimestre anterior. Isso representa 891 mil pessoas a mais buscando colocação no mercado. No mesmo período, a população com alguma ocupação caiu para 101,5 milhões, com uma retração de 1,3%. A queda equivale a 1,3 milhão de postos a menos em comparação com o fim de 2024.

Desemprego e renda crescem, mas informalidade cai

Mesmo com o desemprego em alta no início do ano, o número de trabalhadores com carteira assinada manteve-se estável, somando 39,4 milhões. O dado corresponde ao mesmo patamar observado no fim de 2024.

Em contrapartida, o desemprego informal apresentou sinais de retração, com redução no total de empregados sem registro. Houve queda de 751 mil trabalhadores sem carteira no setor privado. A informalidade no país também recuou, reforçando a tendência de reorganização no mercado de trabalho. Os números indicam mudanças no perfil das contratações no Brasil.

Segundo Adriana Beringuy, do IBGE, o leve aumento no desemprego reflete uma queda na informalidade e fatores sazonais típicos do início do ano. O fim dos contratos temporários pós-festas contribuiu para essa oscilação.

Ela também aponta que o desemprego foi influenciado pelo retorno da busca por trabalho após o verão. Esse movimento é comum no primeiro trimestre e não representa uma piora estrutural. Apesar da saída de parte da força de trabalho, a renda média dos brasileiros cresceu. Além disso, o número de empregados com carteira assinada seguiu em alta.

“Por mais que a gente tenha períodos em que o mercado de trabalho pode sofrer por pressões da economia real, como queda de consumo e investimento, há uma resiliência. A gente observa um crescimento dos trabalhadores formais, com carteira assinada, e isso acaba dando uma estabilidade maior para essa população ocupada. Com isso, o mercado de trabalho tem uma âncora maior e pode não responder tão rápido a estímulos como a alta na taxa de juros”, explica ela.

 

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.