Nome sujo de novo? Entenda por que tantos brasileiros caem na mesma dívida

Ter o nome sujo virou uma realidade recorrente para muitos brasileiros. Mesmo depois de negociar uma dívida e limpar o CPF, boa parte da população volta a enfrentar problemas financeiros em um curto espaço de tempo. A dificuldade em manter o orçamento em dia faz com que a inadimplência se torne uma espécie de ciclo difícil de ser rompido.

Nome sujo de novo? Entenda por que tantos brasileiros
caem na mesma dívida. (Imagem:  Jeane de Oliveira/ FDR)

De acordo com dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a maioria das pessoas que limpam o nome sujo voltam a ser negativadas em menos de um ano. O levantamento revelou que, em março, mais de 80% das novas inscrições no cadastro de devedores eram de consumidores reincidentes. As informações são do G1.

Nome sujo

Mesmo com o aumento no número de trabalhadores formais e a renda média em alta, fatores como a inflação elevada e os juros altos continuam apertando o orçamento das famílias. A pressão sobre os preços de itens básicos, como alimentos e combustíveis, reduz o poder de compra e dificulta o pagamento das contas.

Segundo especialistas, o ambiente de crédito caro agrava ainda mais a situação. Em média, o tempo entre a quitação de uma dívida e a entrada em uma nova inadimplência é de apenas 75 dias, o que revela uma fragilidade estrutural nas finanças da maioria dos lares brasileiros.

A especialista Laura Alvarenga, colaboradora do FDR, explica mais detalhes sobre nome sujo no Serasa.

Perfil de quem volta a ficar inadimplente

O levantamento da CNDL e do SPC Brasil também destacou que a faixa etária entre 30 e 39 anos, que corresponde aos Millennials, lidera o índice de reincidência. Eles representam cerca de 26% dos casos. Logo em seguida estão as pessoas de 40 a 49 anos e aquelas entre 50 e 64 anos.

Embora jovens da geração Z também apareçam no estudo, a maior concentração de reincidentes ainda está entre adultos que já estão no mercado de trabalho há mais tempo. O valor médio das dívidas quitadas em março foi de aproximadamente R$ 2.073,94, mas a maioria dos inadimplentes tinha pendências de até R$ 500.

Como escapar do ciclo do endividamento?

Para evitar cair no mesmo erro, o primeiro passo é fazer um diagnóstico realista das finanças familiares. É essencial saber exatamente quanto dinheiro entra e quanto sai todo mês, considerando todas as despesas, inclusive lazer e serviços de streaming, por exemplo.

Quando for negociar uma dívida, é importante garantir que o novo compromisso não comprometa as despesas básicas. O ideal é que a parcela da renegociação seja menor do que o valor disponível após o pagamento dos custos fixos.

Outra dica é buscar alternativas para aumentar a renda, seja por meio de trabalho extra ou venda de produtos e serviços. Criar uma reserva financeira, mesmo que pequena, também pode ajudar a evitar a reincidência em momentos de emergência.