Fraude no INSS: entidades suspeitas são reveladas em nova lista

Uma nova investigação sobre fraude no INSS trouxe à tona um esquema bilionário que vinha desviando valores de aposentados e pensionistas ao longo dos últimos anos. A operação, liderada pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), foi deflagrada na última quarta-feira (23/04) e aponta o envolvimento de diversas entidades associativas em práticas ilegais.

Fraude no INSS: entidades suspeitas são reveladas
em nova lista. (Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)

A apuração do G1 revelou que essas instituições são suspeitas de aplicar fraude no INSS ao promover descontos indevidos nos benefícios dos segurados. Os prejuízos estimados ultrapassam R$ 6 bilhões, e os casos investigados envolvem irregularidades que ocorreram entre 2019 e 2024.

Como funcionava a fraude no INSS?

As entidades investigadas se apresentavam como prestadoras de serviços como planos de saúde e assistência jurídica, mas não possuíam estrutura real para oferecer tais benefícios. Para garantir uma fonte de renda contínua, efetuavam cobranças mensais diretamente nos contracheques dos beneficiários do INSS, muitas vezes sem o conhecimento ou autorização dos mesmos.

Em diversos casos, houve falsificação de assinaturas para simular o consentimento dos aposentados e pensionistas. As associações se aproveitavam de Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS para legitimar os descontos, apesar da ausência de validação adequada dos documentos.

A especialista Laura Alvarenga, colaboradora do FDR, traz detalhes sobre a fraude bilionária no INSS.

Mandados e prisões

Durante a operação, foram cumpridos mais de 200 mandados de busca e apreensão em diferentes cidades, além de prisões preventivas. Seis pessoas foram detidas, todas ligadas a associações sediadas no estado de Sergipe. Houve também o sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão, incluindo veículos de luxo, obras de arte, joias e dinheiro em espécie.

Além disso, seis servidores públicos ligados ao INSS foram afastados de suas funções, entre eles o próprio presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, que foi exonerado do cargo logo após o início da operação.

Entidades sob suspeita

  • Ambec;
  • Sindnapi/FS;
  • AAPB;
  • Aapen (antiga ABSP);
  • Contag;
  • AAPPS Universo;
  • Unaspub;
  • Conafer;
  • Adpap Prev (anteriormente Acolher);
  • ABCB/Amar Brasil;
  • Caap.