CGU e PF unem forças contra descontos indevidos em benefícios do INSS

Na última quarta-feira (23/04), a Polícia Federal, junto à Controladoria-Geral da União (CGU), realizou a Operação Sem Desconto, uma investigação de fraude e descontos nos benefícios dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que resultou na demissão do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, e a prisão de cinco pessoas. 

CGU e PF unem forças contra descontos indevidos em benefícios do INSS
Imagem: Jeane de Oliveira / FDR

 

A fraude acontecia através do desconto de aposentados e pensionistas do INSS em valores mensais como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando na verdade, eles não tinham se tornado membros e muito menos autorizado os descontos. 

De acordo com a investigação e o Ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, essas associações que estavam envolvidas na fraude prestavam, supostamente, serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde. As informações são da Agência Gov.

Fraude desviou R$6,3 bilhões no INSS

A operação da PF aconteceu em 32 municípios de 13 estados e no Distrito Federal. Foram executados 211 mandados de busca e apreensão. Seis prisões provisórias foram determinadas e cinco foram presas. Uma continua foragida. 

Veja como funcionava a fraude:

  • Muitas das entidades que realizavam os descontos não tinham estrutura física, funcionários ou serviços reais.

  • As assinaturas eram forjadas para simular a autorização de aposentados e pensionistas para se associarem às entidades.

  • Com as assinaturas falsificadas, as entidades conseguiam autorização para descontar mensalidades diretamente dos benefícios pagos pelo INSS.

  • 72% das entidades não apresentaram documentação básica exigida pelo INSS, como estatutos e listas de associados.

  • Os aposentados não sabiam. Segundo a CGU, 98% dos beneficiários entrevistados disseram nunca ter autorizado os descontos.

  • Algumas entidades apresentaram crescimento suspeito no faturamento após firmarem convênios com o INSS.

  • O prejuízo é estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

  • As cobranças indevidas afetaram majoritariamente aposentados de baixa renda.

O INSS suspendeu os descontos de mensalidades dessas entidades nos benefícios. Apenas descontos com autorização biométrica serão permitidos.

Danielle Gomes, especialista do FDR, comenta sobre a fraude, confira.

Outras informações estão disponíveis no FDR

Marina Costa SilveiraMarina Costa Silveira
Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Com experiência em redação, redes sociais e marketing digital. Atualmente, cursando o MBA em Marketing, Branding e Growth pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).