VITóRIA DA CONQUISTA, BA — Após o aumento dos impostos anunciados pelos EUA, muitos brasileiros temem que o valor seja repassado para os consumidores. No entanto, o ministro da Fazenda defende que o Governo permaneça sem tarifa para os brasileiros. Entenda melhor o que isso significa.

Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR
Recentemente o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um tarifaço para produtos de diversos países. Essa medida preocupa, mas em território brasileiro Haddad defende que o país permaneça sem tarifas para os brasileiros. Sendo assim, o aumento das taxas não seriam repassadas aos consumidores.
Inclusive, o ministro da Fazenda acredita que as tarifas globais podem beneficiar o brasil.
“Nossos produtos lá no mercado dos EUA vão ficar mais baratos. Se eu não estou enganado, as tarifas substituíram a política de cotas duras, o que significa dizer que tínhamos um bloqueio de exportação que, a princípio, não existe mais, o que nos permite avançar naquilo que eles importam hoje”, afirmou Haddad, segundo a Folha de S. Paulo.
Sem tarifas para os brasileiros
Segundo o ministro o Brasil pode passar por esse momento da mesma foram que enfrentou a crise de 2008, quando o país foi um dos menos afetados.
“O Brasil, no quadro geral, está bem. Não tem dívida externa, tem reservas cambiais, tem um saldo comercial bastante robusto, está colhendo uma supersafra, está com taxa de juros alta e crescendo”, explicou o ministro.
Segundo ele, nenhum país da América Latina está na mesma posição do Brasil, nem mesmo o México. Haddad cita que “diante do incêndio, nós estamos mais perto da porta de saída”.
Por outro lado, o Brasil pode sofrer efeitos negativos da crise na China. Nesse sentido um dos produtos mais afetados seria o petróleo, usado em diversos segmentos. Por sinal, o petróleo chegou ao pior desempenho de muito tempo.
O barril de Brent chegou à Bolsa de Londres na última semana cotado a US$ 61,62. Por outro lado, o governo brasileiro já vinha elaborando estratégias para reduzir esses impactos.
Entre elas está a negociação do Brasil com os Emirados Árabes que pode aumentar o investimento no nosso país.
Yasmin Souza, especialista do FDR, comenta sobre a relação entre o aumento das tarifas e a inflação no Brasil.
Novos impostos nos produtos exportados aos Estados Unidos
A partir desse mês de abril o governo norte-americano adotou um novo sistema de taxas para a entrada de produtos estrangeiros no país. Portanto, o Brasil é afetado da seguinte forma:
- Cobrança de taxa de 10% sobre todos os produtos importados do Brasil.
- Itens como o petróleo, carne bovina, café, celulose e aeronaves devem ser afetados pelas novas cobranças de 10%.
- Aumento da tarifa sobre o aço e alumínio para 25%.
- As taxas não se aplicam aos produtos que já possuem cobranças específicas.
Alguns produtos brasileiros podem ser isentos das novas taxas. Por outro lado, é possível que essas novas cobranças levem a uma redução das exportações para os Estados Unidos.

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Risco fiscal
Sobre o risco fiscal, o ministro afirma estar confiante quanto ao cumprimento do arcabouço fiscal. Por outro lado, analistas acreditam que essa situação tem impedido um fluxo maior de investimentos no Brasil.
“Sempre estou olhando ali no meu painel de controle. Nós temos medidas para tomar para que isso aconteça. Se eu verificar se tem algum risco, algum desvio, eu entro em cena e vamos conversar com o Congresso. Mas, até agora eu acredito que nosso planejamento está funcionando”, explicou Fernando Haddad.
Segundo ele o ajuste fiscal deve ser gradual para evitar um choque como o que foi visto no país vizinho, Argentina, após o anúncio de ações do Presidente Javier Milei.