Sonho da casa própria fica mais distante para brasileiros que planejam usar recursos do FGTS; entenda

O sonho da casa própria tem ficado mais distante para muitos brasileiros devido às recentes mudanças nas regras de financiamento de imóveis usados. O governo tem priorizado a aquisição de imóveis novos, o que resultou em uma queda de 85% na concessão de crédito para imóveis antigos, segundo dados da Caixa Econômica Federal (CEF).

Essas restrições afetam principalmente os cotistas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço com rendas superiores a R$ 8 mil a realizarem o sonho da casa própria, com uma redução de 98% no financiamento de imóveis usados entre maio e outubro. 

Apesar do FGTS ser uma ferramenta importante para realizar o sonho da casa própria, os novos direcionamentos dificultaram o acesso a opções de imóveis antigos, impactando diretamente os consumidores.

Por que o sonho da casa própria fica cada vez mais distante?

O sonho da casa própria ganhou um novo rumo com a possibilidade de financiamento de imóveis usados no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Implementada ainda no governo Bolsonaro e mantida pelo atual presidente, Lula, essa medida visava utilizar as 11,4 milhões de unidades habitacionais vagas no Brasil, conforme o Censo de 2022, para reduzir o déficit de 6,2 milhões de casas.

No entanto, o financiamento de imóveis usados se mostrou mais popular do que o esperado, especialmente entre famílias com maior poder aquisitivo. Em 2023, as moradias usadas representaram 29,32% dos financiamentos com FGTS, um aumento considerável em relação a 2022, o que levou o Ministério das Cidades a revisar a estratégia para equilibrar os recursos disponíveis e atender ao setor da construção civil.

O sonho da casa própria foi ampliado com a inclusão de imóveis usados no financiamento do MCMV, uma medida iniciada durante o governo de Jair Bolsonaro e mantida pelo atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia inicial era utilizar os 11,4 milhões de unidades habitacionais desocupadas no Brasil, conforme o Censo de 2022, para reduzir o déficit habitacional de 6,2 milhões de moradias.

No entanto, os financiamentos de imóveis usados superaram as expectativas, especialmente entre famílias com maior poder aquisitivo. Em 2023, as casas usadas corresponderam a 29,32% de todos os financiamentos realizados com recursos do FGTS, um aumento expressivo em relação a 2022. Esse crescimento fez o Ministério das Cidades revisar a estratégia, buscando equilibrar a alocação dos recursos do FGTS e evitar impactos no setor da construção civil.

Novas regras de financiamento para realizar o sonho da casa própria

Para equilibrar a distribuição de recursos no sonho da casa própria, o governo implementou restrições para a compra de imóveis usados em 2023. Os subsídios, que antes favoreciam a aquisição de imóveis usados, foram reduzidos, com medidas adicionais adotadas em abril e agosto, limitando o acesso ao financiamento para famílias com renda superior a R$ 4,4 mil.

No caso do Programa Pró-Cotista, as regras ficaram ainda mais rigorosas. Somente cotistas com renda abaixo de R$ 12 mil podem financiar imóveis usados, com exigência de entrada mínima de 50%. Além disso, o valor máximo para financiamentos de imóveis usados caiu de R$ 350 mil para R$ 270 mil.

Posicionamento do Governo sobre o financiamento da casa própria 

O ministro das Cidades, Jader Filho, destaca que as mudanças visam garantir a continuidade do sonho da casa própria de maneira sustentável. Ele ressalta a importância de equilibrar a oferta de imóveis novos, que geram emprego e renda, com a disponibilidade de usados, que são a única alternativa em algumas regiões.

A redução do orçamento do Pró-Cotista no FGTS também preocupa, já que poderia ser uma opção para aqueles prejudicados pelas novas limitações no financiamento. O ministro sugere a necessidade de um debate mais profundo sobre alternativas de financiamento habitacional, uma vez que o FGTS não consegue mais atender à crescente demanda.

Simulação da casa própria pelo MCMV

Veja abaixo como simular um financiamento da casa própria pela Caixa Econômica Federal:

  1. Acesse o Simulador de Financiamento Caixa, role a tela para baixo e clique em “Simulador Habitacional Caixa”;

  2. Preencha o formulário inicial e clique em “Próxima Etapa”;

  3. Defina o tipo de relacionamento que pretende manter com a Caixa;

  4. Na próxima página, é possível conferir uma tabela com a simulação do financiamento, junto de informações como prazos, valores e juros. Abaixo, clique na opção “Tabela Fase de Amortização”;

  5. A página exibirá uma tabela com todos os valores das futuras parcelas do financiamento, além dos períodos de pagamento. Clique novamente em “Tabela Fase de Amortização” para voltar;

  6. Se não estiver satisfeito com o resultado do financiamento, é possível refazer todo o cálculo por meio do botão “Refazer”. Caso esteja tudo certo, clique em “Enviar simulação” para enviar os dados para um especialista da Caixa;

  7. Preencha o formulário de contato e clique em “enviar simulação”;

  8. Depois é só esperar um especialista caixa entrar em contato por meio de seu Whatsapp para dar seguimento ao financiamento do Minha Casa, Minha Vida.

 

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.