Regras do saque-aniversário do FGTS podem ser revistas; mudanças em discussão no Congresso

Em breve os deputados e senadores terão que discutir sobre o fim do saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A medida foi proposta pelo Ministério do Trabalho, mas pode trazer grandes impactos até mesmo para a economia do país. 

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Regras do saque-aniversário do FGTS podem ser revistas; mudanças em discussão no Congresso
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defende o fim do saque-aniversário do FGTS desde quando ocupou esse cargo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aceitou propor medidas que mudem as regras, mas por meio de um projeto de lei a ser votado no Congresso Nacional.

Isso significa que deputados e senadores também terão que avaliar essa medida e decidir se vale a pena tirar o saque anual do trabalhador. A decisão final é sempre do presidente da República, mas o legislativo tem influencia no que será definido. 

Por que o governo quer acabar com o saque-aniversário do FGTS?

A justificativa de Luiz Marinho é que o saque-aniversário tira a real função do FGTS. O fundo foi criado como uma poupança para ser liberado em situações esporádicas e emergenciais, como a demissão. 

Ao permitir que o trabalhador receba uma parte desse valor todos os anos, o seu objetivo principal acaba sendo prejudicado. Principalmente porque o trabalhador precisa escolher entre o saque total do FGTS na demissão, ou o recebimento anual no saque-aniversário. 

Quem se arrepende do saque-aniversário e quer receber sua rescisão deve pedir o retorno para a modalidade original, mas precisará esperar dois anos para ter acesso ao dinheiro.

Por isso, as mudanças em discussão que já foram anunciadas até o momento são:

  • Deixar de liberar o saque-aniversário;
  • Desbloquear a rescisão de quem foi demitido;
  • Criar um empréstimo consignado usando o FGTS e que possa substituir a antecipação do saque-aniversário. 

Fim do saque-aniversário pode impactar a economia 

Por outro lado, o fim da liberação do saque-aniversário pode trazer um impacto ecônomico grande para a economia do país. Situação que poderia fazer com que o governo desistisse dessa ideia.

Segundo um levantamento trazido pelo Valor, para cada 1 real direcionado ao consumo pelo saque-aniversário, o aumento do PIB é de 1,8. Esse efeito multiplicador na economia está próximo ao do programa social Bolsa Família ao longo dos anos, de 1,78. 

Além disso, o estudo da Ecoa Consultoria Econômica, encomendado pela ABBC (Associação Brasileira de Bancos) e Zetta, mostrou que em 2023 os recursos do saque-aniversário geraram um impacto de R$ 26,6 bilhões no PIB e contribuíram para a manutenção de 343 mil postos de trabalho.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com