Integrante do governo emite depoimento chocante para proteger permanência do seguro-desemprego; entenda

Na última quarta-feira (30), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, falou aos jornalistas que não está sabendo de nenhuma mudança nos benefícios como abono salarial, multa do FGTS ou seguro-desemprego. E chegou a dizer que as alterações só acontecerão se o governo o demitir

Recentemente, passaram a ser divulgadas informações sobre o corte em benefícios trabalhistas para conseguir economizar dinheiro público. A proposta teria vindo do Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, de Simone Tebet. 

Uma das propostas seria usar a multa de 40% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para financiar o seguro-desemprego. Essa multa é paga pelo empregador, logo não sairia dinheiro dos cofres públicos. Mas com o desconto, o total de verbas rescisórias recebida pelo trabalhador diminuiria. 

Ministro do Trabalho nega mudanças nos benefícios trabalhistas

Durante uma entrevista coletiva dada na quarta-feira (30), em Brasília, o ministro do Trabalho garantiu que ninguém vai mexer nos benefícios trabalhistas. Embora haja interesse em diminuir os gastos públicos, ele não vê que alterar esses programas seja a solução. 

Se ninguém conversou comigo, não existe [debate sobre essas supostas mudanças]. Se eu sou responsável pelo Trabalho e Emprego. A não ser que o governo me demita“, afirmou o ministro do Trabalho, segundo o g1

Marinho ainda afirmou que caso as regras do seguro-desemprego e do FGTS sejam mexidas, o governo estaria mexendo em um “problema do empregador”, mas que por outro lado vão tirar direitos dos trabalhadores. 

O ministro ainda afirmou que não trabalhava com essa possibilidade porque ele sequer foi comunicado sobre esses cortes. 

Esse é o debate que em tese estaria colocado, só que nunca fui consultado. Então pra mim não existe“, afirmou. 

Ministro do Trabalho pode ser demitido por conta das mudanças?

Durante a coletiva de imprensa, Luiz Marinho foi questionado se pediria demissão caso as mudanças nos benefícios trabalhistas fossem aprovadas. 

Uma decisão sem participação em um tema meu, é uma agressão. Não me consta que nenhum ministro de Estado tenha estudado isso. As áreas técnicas têm obrigação de estudar. O que não é de bom tom é vazar estudos sem consultar os ministros titulares das pastas“, afirmou. 

Ou seja, ele volta a dizer que qualquer mudança em assuntos que são de responsabilidade da sua Pasta, precisam primeiro passar por ele. No entanto, não negou que a sua permanência no cargo depende do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com