Brasileiros investem muito em criptomoedas, demonstrando confiança no mercado

O interesse dos brasileiros por criptomoedas não é uma tendência passageira. Reflete um aumento na confiança no potencial dos ativos digitais. Segundo dados da CoinWire, os brasileiros destinam, em média, 33% de sua renda mensal ao investimento em criptomoedas. Isso coloca o Brasil como líder na atividade de comércio de criptoativos na América Latina. Apenas nos primeiros seis meses de 2023, os brasileiros movimentaram cerca de R$ 110,5 bilhões em criptomoedas.

A vigorosa atividade no comércio de criptomoedas no Brasil tem sido amplamente favorecida pelo desenvolvimento de um ambiente regulatório encorajador. Recentemente, o Banco Central do Brasil delineou um plano ambicioso, visando a implementação de uma regulamentação estruturada para o setor até 2024. Este é um momento importante para quem está considerando a pré-venda de criptomoedas, aproveitando um mercado em plena expansão regulada.

Em junho de 2023, entrou em vigor o Marco Legal dos criptoativos, designando o BCB como a autoridade reguladora para as atividades com ativos virtuais no país. Esses regulamentos têm como foco estabelecer requisitos mínimos operacionais para empresas do setor, ao mesmo tempo que fortalece a proteção aos investidores brasileiros. Esse avanço normativo é vital para a manutenção da liderança brasileira no mercado latino-americano e para o aumento da segurança jurídica que atrai ainda mais investidores.

Essa nova regulamentação visa integrar inovações como Pix, open finance, real digital e contratos inteligentes (smart contracts), ampliando as possibilidades de uso seguro e regulamentado dos criptoativos. Além disso, o decreto estabelece a necessidade de as empresas se adequarem às novas normas, proporcionando mais clareza para os investidores e participantes do mercado

Instituições renomadas, como Itaú e Nubank, têm sido pioneiras na incorporação de criptoativos em suas ofertas, evidenciando uma adaptação ao aumento do interesse dos brasileiros por essa classe de ativos. O Itaú tem participado de fundos de criptomoedas e projetos de tokenização, enquanto o Nubank lançou serviços abrangentes através da sua plataforma Nubank Cripto, oferecendo funcionalidades como o envio e recebimento de criptomoedas diretamente pela plataforma e redução de taxas para clientes ativos.

Essas iniciativas demonstram a adaptabilidade dessas instituições ao aumento da demanda por serviços financeiros digitais mais inclusivos. Estima-se que até o final de 2024, cerca de 17,5% da população brasileira possuirá alguma forma de criptomoeda, uma projeção que coloca o Brasil no sexto lugar global em termos de adoção de criptoativos.

Comparado a outros países da América Latina, o Brasil se destaca bastante. O Chile, que aparece em segundo lugar na região, espera que o volume de negociações de criptomoedas ultrapasse US$ 105 bilhões em 2024. No entanto, é o cenário brasileiro que realmente impressiona, com projeções indicando que o comércio de criptomoedas no Brasil poderá ultrapassar os US$ 354 bilhões no mesmo ano.

A maioria dos investidores em criptomoedas no Brasil é composta por homens, que realizaram mais de 79% das transações durante o período analisado. O número de investidores em criptomoedas no Brasil também cresceu, cerca de 7% apenas no terceiro trimestre de 2023, mostrando uma expansão da base de investidores no país​. Os dados também mostram que os investimentos em criptomoedas no Brasil estão sendo realizados com um olhar para o longo prazo.

Isso indica uma visão de crescimento mais estável, em contraste com a busca por ganhos explosivos no curto prazo, que, ainda assim, compõe uma parte considerável dos investimentos​. Este aumento nos investimentos também é refletido na quantidade de investidores, que quase triplicou em 2023, com um grande salto de 1,5 milhão em 2022 para 4,1 milhões em 2023.

O conceito de finanças descentralizadas (DeFi) ganhou força globalmente e está começando a fazer o mesmo no Brasil. Isso poderia revolucionar o acesso ao crédito e a outros serviços financeiros, oferecendo alternativas mais acessíveis e democráticas em comparação aos sistemas bancários tradicionais. Um estudo da Accenture destaca que o DeFi tem um alto potencial de expansão no Brasil.

Se prevê que as tecnologias de contratos inteligentes e blockchain possam economizar até US$ 150 bilhões anualmente se adotadas globalmente. O relatório aponta que o volume de transações com stablecoins, por exemplo, cresceu 300% no Brasil em 2021, e 59% dos brasileiros mostraram interesse em investir em criptoativos pela primeira vez em 2022. A integração com tecnologias como a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial (IA) pode levar a novos usos para as criptomoedas.