O tempo seco não vai prejudicar só as pessoas com problemas respiratórios. O bolso da população brasileira também será atingido por conta do grande foco de queimadas que atinge boa parte dos estados. Em breve os alimentos da cesta básica serão reajustados.
O cenário se repete mais uma vez, e o Brasil volta a ser cenário de fogo, fumaça e desmatamento. Segundo dados compilados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o país é responsável por quase metade dos focos de queimadas da América do Sul.
Foram contabilizados 115.944 focos apenas em 2024, o número corresponde a 46,3% de todos os incêndios na América do Sul, que somou 250.374. Os dados foram registrados pelo satélite entre o mês de janeiro deste ano até a última quarta-feira (28).
O ano de 2022 continua sendo o de maior foco de incêndios, foram 200.763 registrados naquela época. Embora os números tivessem diminuído, foi observado o aumento o que preocupa governantes, agricultores e toda a população.
Como as cestas básicas serão atingidas pelos focos de incêndio?
Não será só a saúde respiratória do brasileiro que sentirá os efeitos dos incêndios nessa época seca do ano, onde há pouca chuva. A saúde financeira das famílias também será afetada, porque as queimadas influenciam na produção agrícola do país.
Na realidade, não é só os incêndios que influenciam no preço dos alimentos. Vale lembrar que a última tragédia natural do país foi as fortes chuvas no Rio Grande do Sul e que impactaram no valor do arroz, porque a maior produção deste produto no país é gaúcha.
Logo, toda mudança climática e desequilíbrio ambiental acaba influenciando na agricultura. Hoje, a maior preocupação é sobre a produção e distribuição de: arroz, feijão e soja.
Isso porque, as queimadas atingiram os biomas e os estados que são os maiores responsáveis pela produção destes produtos. Outra matéria prima atingida foi a cana-de-açúcar.
A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) informou que teve 59 mil hectares da planta queimados. O prejuízo estimado é de R$ 350 milhões. Além do açúcar, a cana ainda é responsável pela produção do etanol, o que pode encarecer o combustível.