O que parecia estar mais simples, agora na verdade está trazendo consequências para quem quer solicitar crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). É que a sequência de redução no teto de juros aprovado pelo governo está causando intrigas.
De março do ano passado até aqui o teto de juros do consignado do INSS já foi reduzido oito vezes. As mudanças são lideradas pelo Ministério da Previdência Social, e recebeu aprovação do CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social) para começar a valer.
Taxa de juros do empréstimo consignado do INSS
Hoje, o teto de juros do empréstimo consignado do INSS está em:
- Crédito consignado: 1,66% ao mês;
- Cartão de crédito consignado: 2,46% ao mês.
No caso do empréstimo a redução foi de 21,84% desde março quando o teto era de 2,14%. No início quando o governo começou a propor a mudança os bancos foram resistentes e chegaram a paralisar o oferecimento deste tipo de crédito como protesto.
Segundo as instituições financeiras não há linha de lucro quando se reduz tanto os juros, por isso para eles não era interessante oferecer um empréstimo com cobranças tão baixas.
Neste tipo de empréstimo o banco libera o dinheiro com mais facilidade, porque desconta o valor da parcela de pagamento direto do salário do aposentado ou pensionista.
Queda na contratação de crédito consignado do INSS
Os bancos informaram que a tentativa do governo de tornar o crédito consignado do INSS mais atrativo, por meio da redução dos juros, tem sido contrária. Isso porque, como a margem de lucro dos bancos caiu eles estão mais criteriosos na concessão do empréstimo.
Outro ponto que interfere e que torna as instituições mais seletivas é o aumento do custo de captação de recursos que está crescendo.
Ao não conseguirem repassar na taxa de juros do crédito esse reajuste na captação de recursos, os bancos cogitam suspender essa linha de empréstimo.
Segundo a Dataprev (empresa pública que cuida do processamento de dados da Previdência), o volume financeiro de novos empréstimos com margem livre caiu 23% entre 2022 e 2023.