Trabalhadores têm auxílio de R$600 negados sob a justificativa de que estão mortos. Nessa semana, uma reportagem especial do portal G1 apresentou a realidade de alguns autônomos, em São Paulo, que não puderem receber os R$ 600 do coronavoucher por erros da Dataprev. De acordo com o texto, os cidadãos ao verem que o benefício tinha sido negado, procuraram informações na Caixa Econômica que os informou que seus CPFS estão invalidados por registro de óbito.
Entre os entrevistados, estava a depiladora Juacira Pereira. Na reportagem, ela explica que solicitou o auxílio assim que a medida foi anunciada pelo governo. Conforme determina as exigências da MP, a paulistana acessou o app do Auxílio Emergencial e fez seu cadastro. Em alguns dias obteve a resposta e viu que o pedido foi negado.
Juacira explicou que, por saber que estava dentro de todas as regras solicitadas pelo ministério da cidadania, se dirigiu até a Caixa Econômica (instituição pagadora) para saber o porquê seu benefício tinha sido negado. Ao ter contato com a atendente, ela foi informada de que estava registrada como morta.
“Tentei várias vezes e na última vez apareceu que eu estava morta. Fui na Caixa para resolver e eles me mandaram procurar o Dataprev. Eu ligo todo dia para o Dataprev mas ninguém me atende. Estou conseguindo comer por causa da ajuda dos meus irmãos, mas preciso comprar remédios porque tenho glaucoma”, afirma Jaucira.
O mesmo ocorreu com Valdeci da Silva, de 60 anos. Dono de um bar no interior do estado, ele solicitou o auxílio ainda no mês de abril e teve a liberação negada. O empreendedor explica que precisou passar horas na fila da Caixa, sujeito aos riscos do covid-19.
Mediante aos congestionamentos na instituição, Valdeci foi aconselhado a ir até o Correio e lá, ao consultar seus documentos, foi informado de que não havia irregularidade e ele deveria retornar ao banco, no qual insistia que seu CPF estava registrado como falecido.
Respostas sobre o bloqueio no auxílio de R$600
Questionada sobre tal situação, a Caixa Econômica se isentou da responsabilidade e afirmou que apenas libera os valores. De acordo com o banco, a determinação de quem tem acesso ou não ao benefício e os demais processos de análise é de responsabilidade da Dataprev.
“Se o resultado for ‘benefício não aprovado’, o cidadão poderá contestar o motivo da não aprovação ou realizar a correção de dados por meio de nova solicitação”, informou sua assessoria.
Já a Dataprev, empresa pública responsável por analisar os dados de quem solicitar o auxílio, alegou que os trabalhadores poderiam ter informado a numeração do CPF errado, como o de algum parente falecido.
“Sugerimos que os requerentes se dirijam aos cartórios, onde registraram certidão de óbito na família para verificar se o CPF não foi inserido erroneamente no documento”.