Embora seja um problema antigo, a fila do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem ganhado cada vez mais destaque e por isso novos dados estão surgindo. O número de pessoas que aguardam uma resposta da Previdência Social já chega a 1,8 milhões, mas um outro número chamou ainda mais atenção.
Do total de pessoas na fila, pelo menos 1 milhão depende de perícia médica que está atrasada. Os dados surpreendentes sobre o INSS foram repassados pelo próprio ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Enquanto participava do programa “Voz do Brasil” na última segunda-feira (22), o ministro afirmou que estão sendo tomadas medidas para que o número de requerimentos na fila de espera possa cair.
Entre as ações, alguns mutirões que pretendem atingir as áreas mais afetadas. Além da informatização do atestado médico emitido por outro profissional. Em uma parceria com o Ministério da Saúde, os atestados médicos que indicam a necessidade de licença daquele segurado poderão ser digitalizados, facilitando a leitura das informações.
O ministro conta que 30% dos documentos que chegam ao INSS são ilegíveis por conta da letra do médico. O atestado poderá substituir a perícia médica caso o cidadão não consiga passar pelo exame num prazo de 30 dias.
O uso de telemedicina também deve ser uma alternativa com força para começar em breve, mas beneficiando apenas quem está na fila do INSS e reside em locais muito afastados de agências da Previdência.
Perícia médica aumenta fila do INSS
O processo de perícia médica é obrigatório para o recebimento de benefícios por incapacidade, como auxílio doença, auxílio acidente ou aposentadoria por invalidez. De acordo com uma reportagem produzida pelo Correio Braziliense, há pessoas aguardando mais de um ano na fila do INSS sem uma resposta da Previdência Social. Sem a perícia elas não conseguem comprovar que necessitam de ajuda.
Carlos Lupi tem criado algumas alternativas como essas que foram mencionadas, mas que ainda não começaram a valer, a fim de que chegar até o final do ano com um tempo de espera de no máximo 45 dias. Além da demanda reprimida, o governo ainda terá que lidar com o descontentamento dos peritos médicos.
O ministro afirmou em entrevista que o país possuí hoje 3 mil peritos aptos a trabalhar no INSS, enquanto a fila ultrapassa 1 milhão de pessoas esperando pelos exames.
“Está grande (a fila da perícia), porque não há gestão. Desde que o novo governo tomou posse, a gente está sem diretor, e o ministro da Previdência, aparentemente, abandonou a gente“, disse Francisco Cardoso, vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP).