No próximo ano, o salário mínimo poderá atingir um patamar inédito ao chegar em R$1.079. O novo valor do piso federal foi apresentado em um projeto orçamentário enviado ao Congresso na última quarta-feira (15). Porém, o valor de aumento pretendido não representa ganho real para os trabalhadores. O salário mínimo atualmente é de R$1.045.
O projeto que define as diretrizes para o Orçamento de 2021, prevê que o piso dos salários no país será corrigido para 3,25%, relativa à previsão de variação da inflação neste período.
Leia Mais: Auxílio emergencial em análise? Saiba como mudar situação e receber R$600
No último ano, o governo acabou com a politica que falava sobre o reajuste real do salário mínimo. A partir desse ano, o aumento é apenas para preservar o poder aquisitivo dos trabalhadores, regra que esta determinada na constituição.
Em 1994, Fernando Henrique Cardoso, implementou o ganho real do salário mínimo informalmente. O governo do PT que veio na sequência, oficializou a medida.
O ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou o cálculo do reajuste pela inflação medida pelo INPC mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos anteriores. Dilma Rousseff (PT) converteu a regra em lei. Durante seu governo, Michel Temer (MDB), não fez alterações na legislação.
O governo Jair Bolsonaro implantou o fim dos ganhos acima da inflação em concordância com uma das bandeiras de Paulo Guedes, que é a favor de uma grande desvinculação do Orçamento.
Com a medida colocada em prática, as contas públicas ganham um respiro, já que o aumento do salário mínimo implica imediatamente no reajuste dos benefícios previdenciários e assistenciais.
Para cada R$1 de aumento no valor do mínimo, o governo acrescenta em média R$355 milhões as despesas anuais.
Leia Mais: Calendário Bolsa Família: Confira quando vai receber R$600 este mês
O último aumento no salário mínimo foi em fevereiro deste ano. A alteração do valor foi comunicada pelo presidente Jair Bolsonaro depois do IBGE divulgar que a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) fechou o ano de 2019 em 4,48%, abaixo do índice de correção que havia dado ao piso nacional.
O índice superou a previsão inicial do governo usada para calcular o reajuste do salário de R$ 998 para R$ 1.039. Bolsonaro anunciou então o acréscimo, decretando a partir de fevereiro o piso em R$1.045.