Um dos principais problemas enfrentados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é a grande fila de espera de segurados sem resposta. Além da falta de funcionários para analisarem as documentações, falta organização para a realização de perícia médica. Esse procedimento é obrigatório para benefícios por incapacidade, e agora pode gerar um bônus financeiro aos servidores.
No governo de Jair Bolsonaro (PL), foi criado um bônus salarial para beneficiar médicos peritos do INSS que ultrapassassem a meta de perícia. Isso significa receber um adicional para cada exame feito a mais, além do que estava previsto. Dessa forma, acreditava-se que a fila de espera poderia cair significativamente, já que os profissionais seriam estimulados a zerar essa fila.
“Nós já estamos trabalhando nele [no bônus] há algum tempo, estava muito malfeito. Você tinha alguns funcionários chegando a ganhar R$ 10 mil de bônus, e a grande esmagadora maioria, 70%, 80% ganhando R$ 2.000, R$ 2.500“, criticou Carlos Lupi, ministro da Previdência Social.
Na última quarta-feira (12), Lupi se reuniu com Simone Tebet, ministra do Planejamento. No final do encontro o ministro informou que um dos temas conversados entre eles foi justamente o retorno já para esse mês de abril, do bônus financeiro para peritos do INSS. Esse adicional deixou de ser pago no mês de dezembro.
Bônus na perícia médica do INSS
Hoje, quando o segurado dá entrada em algum benefício por incapacidade permanente ou temporária ele precisa passar por perícia médica. Funciona como um exame em que o profissional de saúde vai entender qual o estado de saúde daquela pessoa, e se há necessidade de afasta-lo do seu trabalho e conceder algum benefício do INSS.
Esse processo precisa ser feito por um profissional habilitado pelo INSS, e acontece em uma das agências. Pessoas acamadas ou que estão internas em hospitais têm o direito de passar pela perícia no local em que estiverem. Feita a perícia a resposta pelo pedido demora cerca de 45 dias para ser liberado.
A ideia por meio desse bônus financeiro estimular os profissionais a ultrapassarem sua meta diária de perícia. O que é preciso, segundo Carlos Lupi, é democratizar essa liberação, porque uns estão recebendo mais bônus do que outros. O ministro diz que o desejo é “equilibrar esse processo“.
“Nós estamos democratizando isso. Estamos vendo novos métodos que beneficiam aqueles que produzem mais, sem a cultura do não, sem desenvolver a cultura de negação, desenvolvendo a cultura do que é justo”, acrescentou.
