A XP, em meio as projeções ainda muito desafiadoras para a inflação, decidiu manter o cenário de Selic em 13,75% ao ano em 2023 e aguarda que aconteça algum corte na taxa de juros somente no próximo ano. Mas essa projeção pode mudar caso seja tomada uma decisão pelo governo. Entenda.
Os economistas da XP apontaram que “uma nova regra fiscal crível e sustentável poderia abrir espaço para flexibilização monetária mais cedo, ainda no segundo semestre deste ano”, segundo o Valor Investe.
Este possibilidade de cenário foi publicada na última terça, 7, e os analistas listaram os pontos que ainda deixam as perspectivas inflacionárias desafiadoras.
“As leituras recentes do IPCA mostraram núcleos de inflação ainda elevados e resistentes; o mercado de trabalho continua apertado, apesar de alguma acomodação recente; as expectativas de inflação de médio prazo estão em alta; e o governo trabalha em medidas para sustentar os mercados de crédito, o que atenuaria os efeitos da política monetária restritiva”, disseram os altistas da XP ao Valor Invste.
Manter a politica monetária mais apertada por um período de tempo “suficientemente longo” auxilia a trazer as projeções de inflação novamente à trajetória de metas e abre caminho para uma possível flexibilização ao passo em que o ano-calendário de 2025 começa a entrar no horizonte relevante do Banco Central.
No entanto, os economistas destacam que a pressão política tem aumentado. “O Presidente Lula mencionou, várias vezes desde que assumiu, que não há razão para a taxa Selic estar em 13,75% e que a inflação atual não é puxada pela demanda. A avaliação foi repetida por autoridades da área econômica, como a ministra do Planejamento, Simone Tebet”, disseram eles, segundo o Valor Investe.
Os profissionais da XP, seguindo esta linha, avaliam que o atual governo parece aguardar uma sinalização benigna do Banco Central na próxima reunião do Copom, que acontece em 22 de março. “Do ponto de vista técnico, no entanto, isso parece improvável”, disseram eles ao Valor Investe.
Desta forma, em seu cenário básico, a XP mantém a previsão de Selic a 13,75% no fim de 2023 e a 11% em dezembro do ano que vem. No entanto, a empresa aponta que uma nova regra fiscal crível e sustentável poderia abrir espaço para cortes de juros já neste segundo semestre.