FMI está extremamente preocupado com o grande número de falências

O grande número recente de falências de empresas acendeu um alerta vermelho para o Fundo Monetário Internacional (FMI). E qual será o motivo de tanta empresa “quebrando”?

De acordo com artigo publicado no blog da instituição, várias empresas precisaram se endividar para sobreviver à pandemia e ao aumento nos custos operacionais ocasionados pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

FMI está extremamente preocupado com o grande número de falências (Imagem: FDR)

Por isso, uma das recomendações do FMI para o atual cenário econômico global é que “os países devem agir agora para limitar os riscos crescentes de problemas corporativos”. Dessa forma, uma questão que pode ser central para este processo a nível mundial é o debate sobre a aplicação dos juros.

Segundo especialistas, a querela sobre reduzir ou não os juros é mais que uma simples disputa política, pois se aplica não só aos governos, mas também às empresas e famílias. Sendo central para as projeções a cerca da possibilidade de retomada do crescimento da produção, do emprego e do desenvolvimento global

Assim, o artigo ainda revela números alarmantes. Ao redor do mundo, ao todo, 45 economias estão apresentando altos riscos de estresses financeiros graves para as suas companhias. Entretanto, o que mais preocupa não é o número em si, mas sim a rápida deterioração de países que vêm sendo acompanhados pelo fundo.

As projeções do FMI e a situação do Brasil

Boa parte das economias classificadas como emergentes vem sentindo na pele estes problemas com maior intensidade. Muitas sofrem de crescimento muito baixo e têm sistema de crédito doméstico com prazos de empréstimos mais curtos que os encontrados nas economias mais ricas.

No Brasil, por exemplo, desde o fim do ano passado, a taxa de inadimplência de empresas bateu recorde. Enquanto isso, 77,9% das famílias se declararam endividadas. Assim, a cada 10 grupos familiares, três afirmam que vêm precisando atrasar algum pagamento.

Dessa forma, no Brasil, assim como no resto do mundo, a taxa definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic, influencia diretamente toda a estrutura de juros cobrados na economia, desde aquelas voltadas para o financiamento ao consumidor, ao capital de giro de pequenas e médias empresas, passando pelo financiamento de exportações.

Por isso, o governo encabeçado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem se posicionando de encontro com algumas posturas do Banco Central. Com o objetivo de aumentar os investimentos e, por consequência, os empregos, o novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, vem questionando a política de altos juros do BC.

Entretanto, este debate que vem sendo tratado como uma queda de braço política pode ser dividida em pelo menos dois pontos. Sendo o primeiro relativo à onda inflacionária dos últimos anos e como os juros têm sido utilizados para frear esse processo. Contudo, não há como mensurar se os juros elevados são a forma adequada de enfrentar a carestia no curto e no longo prazo.