Nesta terça, 14, o dólar comercial fechou o dia com alta de 0,42%, sendo cotado a R$5,198. O Ibovespa, o índice mais importante da bolsa brasileira, por sua vez, fechou a terça em baixa de 0,91% aos 107.848,81 pontos.
A moeda foi afetada pelo receio de pressões do atual governo para que sejam alteradas as metas de inflação no Brasil e redução do nível de juros.
À Reuters, o analista da Toro Investimentos Hélder Wakabayasi, afirmou que a piora no mercado nacional acabou refletindo a informação de que o presidente Lula teria dito para a equipe econômica que deseja um aumento de 1 ponto percentual na meta de inflação para este ano, que é de 3,25% atualmente. Ele deseja ainda que a Selic caia para um patamar próximo de 12% até o fim do ano.
A notícia saiu após os investidores terem encarado de forma positiva as falas dadas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto ao ser entrevistado no programa Roda Viva, na TV Cultura na última segunda, 13. Já ontem, ele participou de um evento contra uma possível flexibilização dos objetivos de inflação do Brasil.
“Ontem (segunda) tivemos um apaziguamento (com Campos Neto) e hoje Lula solta essa frase. Tensionou os ânimos; se um lado jogou panos quentes, falando que não vamos fazer mudanças de teor político, hoje temos isso, estressa”, afirmou Wakabayashi, segundo o UOL.
A primeira reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), órgão encarregado de estabelecer os objetivos oficiais de inflação, está marcado para amanhã, 16. Mesmo que as metas de inflação oficiais do Brasil sejam comumente determinadas na reunião de junho do CMN, não é impossível que os objetivos sejam mudados já na reunião de amanha.
Se o Banco Central aceitar as mudanças amanhã, os investidores poderiam enxergar a decisão como fraqueza em meio a pressão do governo do presidente Lula, que vem se queixando constantemente do patamar alto da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, e questionar a autonomia do BC.