A crise sanitária que vem afetando os indígenas Yanomamis ganhou atenção nos noticiários na última semana e despertou uma grande mobilização do governo federal. Assim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o estado de Roraima no sábado e uma série de medidas visando auxiliar os povos originários que vivem em situação de emergência.
A viagem de Lula aconteceu apenas um dia após o Ministério da Saúde declarar emergência de saúde pública no território Yanomami, que fica 270 quilômetros distante da capital, Boa Vista. Segundo a autarquia, a crise teria se desencadeado devido à falta de assistência sanitária às populações no local.
Dessa forma, segundo informações publicadas no portal G1, o presidente defendeu o envio de médicos às aldeias, além de criar um comitê interministerial para ações que visem prestar socorro aos Yanomami. Assim, o grupo de trabalho irá elaborar um plano de ação que será apresentado em até 45 dias.
O tamanho da tragédia humanitária que vem atingindo os Yanomami só foi dimensionada na última sexta-feira, quando imagens de indígenas adultos extremamente magros e de crianças visivelmente desnutridas passaram a ser divulgadas através dos meios de comunicação.
Segundo registros do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2022, período marcado pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, mais de 500 crianças do povo Yanomami tiveram suas mortes registradas devido à desnutrição e doenças como pneumonia, diarréia e malária.
Os indígenas ainda alegaram que durante a pandemia, o governo federal não promoveu campanhas de vacinação e reclamaram da falta de cuidados para com as crianças Yanomami.
Como fazer donativos chegarem aos Yanomamis?
Assim, com a grave situação revelada, uma dúvida que surge é: “Como ajudar os Yanomamis?”. A forma mais direta de conseguir enviar donativos para as áreas indígenas à distância é através da seleção de campanhas responsáveis, para que os recursos realmente cheguem ao seu destino.
Assim, organizações como Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), são bons exemplos de associações engajadas no auxílio aos indígenas e combate à desnutrição dos povos originários.
Outro movimento humanitário importante no contexto da luta pela sobrevivência Yanomami é a Survival, que está presente em mais de 100 países e tem liderado, juntamente com o indígena Davi Kopenawa e a Organização não-governamental brasileira Comissão Pro Yanomami, a luta pela demarcação do território da etnia no Brasil.
Além disso, o portal da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também disponibiliza canais de atendimento ao público. Portanto, através do contato com o órgão é possível se informar acerca dos procedimentos para o envio de donativos como cestas básicas e remédios, por exemplo.
Governo Federal toma atitude contra invasores
Por fim, também na sexta-feira, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que seja aberto um inquérito de modo a apurar se houve a prática do crime de genocídio, em paralelo com crimes ambientais no local, que se trata da maior reserva de povos originários do país, com mais de 30 mil Yanomamis.
De acordo com relatos de associações indígenas, os Yanomamis estão sendo forçados a dividir suas terras com cerca de 20 mil garimpeiros, que atuam ilegalmente, invadindo as terras da reserva, em Roraima.
Segundo ambientalistas, o garimpo ilegal estaria agravando a crise sanitária, pois contribui para a destruição da cobertura vegetal da floresta, além de espantar e até mesmo matar os animais que serviriam de alimento. Portanto, o presidente Lula, na visita a Roraima, afirmou que vai combater a atividade.