E se auxílio fosse mantido, mesmo após crise? Debate sobre renda mínima emerge

Com o estado atual no país, no qual a recomendação do governo federal é de fechar as portas do comércio e de deixar aberto apenas serviços considerados essenciais, milhares de brasileiros não estão trabalhando, tendo entrado de férias ou em contrato de trabalho suspenso. O que provocou os governantes a criar uma renda mínima para o público que mais vai sofrer com as mudanças. Mas e se este auxílio continuasse, mesmo após crise? Especialistas levantam debate.

Auxílio Emergencial do Coronavirus
Renda mínima para mais vulneráveis entra em debate após crise do Covid-19 (Imagem: Montagem FDR.com.br)

A situação agravada por causa do novo coronavírus tem provocado diversas preocupações ao redor do país sobre a manutenção do emprego e, sobretudo, como manter a renda em tempos em que diversos trabalhadores estão perdendo os seus vínculos.

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De acordo com dados, no Brasil, 54 milhões de trabalhadores que perderam renda ou estão desempregados vão receber R$ 600 por três meses. Este faz parte de um benefício criado pelo governo federal para garantir a sustento desta população.

O auxílio emergencial será destinado para outros perfis de brasileiros, como aqueles que não têm renda, microempreendedores e beneficiários do Bolsa Família. O pagamento ficou conhecido como “coronavoucher”.

A movimentação de repasse de forma emergencial está sendo observada em todo o mundo, especialmente nos mais afetados, a exemplo dos Estados Unidos e Itália. Desta forma, a economia mantém-se viva, mesmo durante o período difícil.

Mas há algumas críticas sobre o repasse, pois se trata de um benefício emergencial que deverá garantir ao público que recebe a garantia de compra necessária. Críticos afirmam que a política é cara e inviável para a maioria dos governos.

Defensores da iniciativa observam que o pagamento deve ser individual e em dinheiro, o que dá autonomia para que cada um decida como usar os recursos. Este auxílio emergencial, de acordo com especialistas, é visto como menos eficiente na redução da desigualdade em relação aos programas mais focados nos pobres.

Renda Mínima

Com o coronavírus, novas questões foram determinadas e levantadas, a exemplo de uma renda básica mensal que deve ser de responsabilidade do governo de cada país realizar o repasse aos mais vulneráveis.

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Já existem iniciativas desse tipo em nações desenvolvidas, como Finlândia, Cingapura e Itália. Nestes países, a exemplo da Finlândia, há um repasse mensal de quantia para os desempregados. Mesmo com a renda, a maioria continuou a procurar emprego, já que o dinheiro era insuficiente para bancar os custos de vida no país.

A exemplo local, o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) são repasses garantidos para reforçar o acesso à renda a pessoas de forma mais vulnerável.

Especialistas destacam que com a implementação de uma renda básica universal, os benefícios reduziriam a desigualdade, ajudariam os desempregados e quem se dedica a cuidar de familiares sem remuneração, e equilibraria o aumento da automatização do trabalho.

Estudo da Universidade Harvard, nos EUA, mostra que pelo menos 44 milhões estão em ocupações têm 70% de chance de serem substituídas pela tecnologia.