Foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o primeiro medicamento injetável de uso semanal para obesidade e sobrepeso. A decisão foi publicada no início desta semana no Diário Oficial da União. Saiba mais.
O medicamento chamado Wegovy (semaglutida 2,4mg), é uma injeção fabricada pela farmacêutica Novo Nordisk e possui o mesmo princípio ativo do medicamento Ozempic, que é indicado para diabetes tipo 2 e que já é aprovado no Brasil.
A semaglutida desempenha algumas ações no organismo que ajudam na perda de peso. Uma destas ações é a de aumentar a sensação de saciedade e reduzir o apetite.
A aprovação do medicamento foi baseado em resultados de estudos clínicos que contaram com a participação de cerca de 4.500 pessoas em todo mundo. O medicamento causou uma redução de 17% em media do peso corporal dos pacientes em 17 meses. Já 1 em cada 3 participantes da pesquisa conseguiram perder 20%. Outros voluntários que participaram do grupo de controle, usando placebo, perderam somente 2,4% de seu peso corporal.
A semaglutida, nos Estados Unidos, estava aprovada pela FDA, agência americana desde o final de 2021 e seu preço tabelado é de US$ 1.349, o que dá cerca de R$ 6.000.
O nome do remédio se popularizou nas redes sociais em outubro do ano passado, depois que o bilionário Elon Musk atribuiu o seu emagrecimento a ele, e chegou a faltar nas prateleiras das farmácias americanas.
Ainda não existe uma data certa de quando o novo medicamento será disponibilizado no Brasil e nem qual será o preço. De acordo com a Novo Nordisk, é necessário esperar a finalização de processos, como a definição de valores pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
O novo medicamento ainda não foi testado pela Conitec (comissão nacional de incorporação de tecnologias no SUS) para uma possível disponibilização pelo sistema público de saúde. A comissão avalia agora a incorporação da liraglutida no SUS, que está aprovada pela Anvisa desde 2016.
“É um medicamento que demonstrou a maior perda de peso para pessoas com obesidade, de maneira sustentável ao longo de um a dois anos e também com segurança. Os estudos com diabetes, que já tem mais de cinco anos, demonstram segurança cardiovascular e potencial benefício cardiovascular”, disse o endocrinologista Paulo Miranda, presidente da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) ao Valor.