Uma das mais fortes promessas de campanha de Luís Inácio Lula da Silva (PT) enquanto disputava as eleições, foi a valorização do salário mínimo. O agora presidente eleito, busca formas de conseguir aumentar o piso salarial do país a fim de garantir o poder de compra da população. O grande entrave para isso aconteça, no entanto, tem sido a liberação de orçamento público.
Desde 2019 quando Jair Bolsonaro (PL) assumiu o governo brasileiro, o salário mínimo não fica acima da inflação, logo não tem aumento real. A ideia de Lula e sua equipe é voltar a usar no cálculo de reajuste do piso federal o resultado do PIB (Produto Interno Bruto), além da inflação do ano anterior. Com isso, garantiria que o salário ficasse acima da inflação.
A Constituição Federal exige que todos os anos o salário nacional seja corrigido, como forma de garantir que a população terá poder de compra, já que é habitual o crescimento de produtos e serviços anualmente também. Por isso, a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) para 2023, produzida pela equipe Bolsonaro, já previu o reajuste de R$ 1.212 para R$ 1.302.
Essa mudança está relacionada a alta de 7,41% da inflação que foi somada até agosto deste ano. No entanto, de agosto para novembro inflação caiu para 6% o que pode afetar essa quantia e diminuir em R$ 17 o valor previsto. Por isso a ideia do governo Lula de mudar a forma de calcular o salário mínimo.
Quanto Lula quer pagar de salário mínimo em 2023
A equipe de transição escalada por Lula prevê que o salário mínimo de 2023 seja de R$ 1.320, um aumento de R$ 108 comparado ao atual salário. As informações foram passadas pelo senador eleito, Wellington Dias (PT-PI) que acredita em um crescimento de 1,4% em cima da quantia que já foi estipulada no LOA.
O que impede o novo governo de conseguir consolidar essa mudança é o espaço no orçamento. Para essa troca seria preciso R$ 6,8 bilhões capazes de financiar um valor maior de salário mínimo. A medida, no entanto, é defendida por Dias como uma forma de investimento na economia dando mais poder financeiro aos cidadãos.
“Aqueles R$ 6,8 bilhões necessários para suportar o aumento do salário mínimo vão alavancar cerca de R$ 53 bilhões na economia, pelo que representa essa estratégia. São 38 milhões de pessoas que ganham salário mínimo“, disse o senador.
