Neste domingo (30), Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito o presidente da República pelos próximos quatro anos. O petista venceu com 50,9% dos votos válidos, contra 49,1% de Jair Bolsonaro. Em meio aos resultados das eleições 2022, o mercado passa a fazer análises sobre o futuro do país.
Segundo o economista e diretor da WIT Asset, Felipe Reymond Simões, o mês de outubro foi bastante volátil. Em meio às incertezas presentes no período, a bolsa de valores foi afetada nos últimos dias.
Com a vitória de Lula nas eleições 2022, as expectativas para o último bimestre no mercado financeiro — e também para o próximo ano — “provavelmente, haverá um reajuste mais forte também nesse primeiro momento de queda para as estatais”.
“Talvez algo um pouco mais favorável para as ações educacionais e algumas empresas no setor de varejo também irão se beneficiar com a eleição do petista”, complementa.
Apesar disso, Felipe acredita que, novamente, o mercado voltará as atenções para o que acontece no exterior, e se ajustará no Brasil conforme o governo de Lula adotar algumas medidas na economia de modo mais concreto.
Perspectiva após o resultado das eleições de São Paulo
Nas eleições em São Paulo, Tarcísio de Freitas foi eleito o novo governador pelos próximos quatro anos.
Diante dessa vitória, o economista considera que já foi realizado “o principal ajuste no primeiro momento na Sabesp’‘. O motivo disso é “porque a vitória dele já era praticamente certa, então já teve um ajuste forte logo depois do 1º turno”.
De qualquer modo, o especialista alerta o eleitor para se atentar conforme as medidas que o governo fará após vencer as eleições.
Perspectiva para a economia brasileira no próximo ano
O diretor da WIT Asset alega ter uma expectativa “muito boa” para o país no próximo ano. “Estamos com tudo para ter um crescimento relevante para o PIB, provavelmente acima de 3% para 2023”, considera.
No entendimento do economista, “a inflação está bastante sob controle”. Em relação ao aumento dos preços de pares mundiais, o Brasil registrou o quarto melhor número do G20 recentemente.
“Estamos com cenário de crescimento bem interessante para o Brasil, com inflação sob controle e, provavelmente, início de ciclo de queda da taxa de juros que beneficia ativos de risco, de renda variável”, destaca.
O especialista acredita que a taxa básica de juros, a Selic, passará a cair no primeiro semestre do próximo ano. Ele entende que não dá para saber quando o ciclo de baixa começará. Isso porque o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vem demonstrando preocupação com a inflação mundial.