Lula e Bolsonaro, candidatos ao segundo turno das eleições 2022, realmente fidelizaram o Auxílio Brasil como a principal estratégia de campanha. Os presidenciáveis fizeram novas propostas de reajuste no programa para 2023 se eleitos. Mas até o momento, não foi apresentada nenhuma explicação sobre como os projetos serão financiados.
É o que diz o economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega. Segundo ele, faltam detalhes acerca da lógica eleitoral defendida por Lula e Bolsonaro para o Auxílio Brasil na corrida das eleições 2022. Isso porque, a maior parte das propostas visam apenas a conquista de votos, e não o público-alvo ao qual são direcionadas.
“Seria o ideal [ter mais detalhes]. É assim nos países ricos, como Estados Unidos, Reino Unido e França. Mas, no Brasil, metade do eleitorado é de baixa renda. Para essas pessoas, não é relevante ouvir as propostas dos candidatos para a questão fiscal. Elas estão preocupadas em sobreviver. Por isso, mesmo quando os candidatos apresentam ideias, elas são muito genéricas”, ponderou.
A economista Carla Beni Menezes de Aguiar concorda, e reforça como as promessas de Lula e Bolsonaro para o Auxílio Brasil são vagas. Ela ainda pontuou como as eleições 2022 são “atípicas”, uma vez que o debate se concentrou nos possíveis riscos à democracia, deixando as questões econômicas em segundo, senão último lugar.
Propostas de Lula e Bolsonaro para o Auxílio Brasil
Lula
O desejo de manter o benefício elevado no próximo ano se estende ao ex-presidente e candidato às eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva. O petista lidera as pesquisas de intenção de voto para o pleito eleitoral deste ano, e não ficou nada satisfeito com a extinção do Bolsa Família, programa criado por ele.
Desta forma, a promessa caso ele seja eleito para um terceiro mandato presidencial é reformular a antiga transferência de renda e liberá-la no valor atual de R$ 600 ou mais.
Entretanto, é importante levar em consideração que, nem Lula nem Bolsonaro, apresentaram uma fórmula que especifique como o valor mencionado será mantido em 2023, de modo que seja encaixado no Orçamento sem promover um impacto estrondoso.
Bolsonaro
Bolsonaro conta com um prazo de entrega do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) cada vez mais acirrado. O texto é crucial para estabelecer as despesas de 2023, entre elas, o Auxílio Brasil, responsável por amparar a população vulnerável.
Entretanto, Bolsonaro evitou esclarecer a maneira como o valor do Auxílio Brasil em 2023 será custeado, embora tenha afirmado que a responsabilidade fiscal será preservada.
No entendimento da ala política, uma alternativa em fase de estudos para que o Auxílio Brasil de R$ 600 seja mantido em 2023 é anexar uma espécie de “nota informativa” no projeto do Orçamento anual.