Presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Persio Árida está entre os economistas célebres que revelaram seu apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições 2022 contra Jair Bolsonaro.
Persio deu uma entrevista ao Radar Econômico e disse que existe uma decepção generalizada em relação a Jair Bolsonaro, e o considera uma ameaça para a democracia. O economista disse ainda que espera que um possível governo Lula tenha responsabilidade com as contas públicas.
“Tem de um lado uma decepção enorme com Bolsonaro. Não minha, porque sempre fui crítico a ele, mas da opinião pública, e com razão de ser. Bolsonaro é uma ameaça à democracia. O Lula dificilmente fará algo fora dos ditames democráticos. Tenho a esperança de que venha um Lula responsável fiscalmente, como já foi”, disse Pérsio ao Radar Econômico.
Na visão dele, há uma “regra quase universal de que o segundo mandato de um presidente é pior do que o primeiro do prisma econômico”. “Existe uma constatação: o fiasco do Bolsonaro ao realizar reformas necessárias. Tenho uma preocupação com a democracia e uma esperança em um governo Lula que conduza bem os problemas da economia. “Há ótimas e más políticas do passado do PT, mas, no período de Lula, houve mais coisas boas do que ruins”, finalizou o economista na entrevista.
Outros apoios
Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central comunicou que irá apoiar a candidatura de Lula à presidência do Brasil no segundo turno das eleições. A declaração foi dada em uma entrevista ao Estadão Broadcast. Lula irá enfrentar Jair Bolsonaro, que disputa a reeleição ao cargo.
O BC ficou sob a administração de Fraga entre os anos de 1999 e 2002, durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Em 2003, quando Lula assumiu o poder pela primeira vez, quem passou a comandar o Banco Central foi Henrique Meirelles, que inclusive declarou apoio à Lula no primeiro turno.
“Vou declarar apoio a Lula. Pensei em anular para indicar pouca confiança nos dois finalistas, pensando nas oportunidades desperdiçadas pelo PT no poder. Mas não vejo uma margem suficiente e, como já disse, os riscos aumentaram”, explicou Armínio.
