Como forma de variar a carteira de investimento de modo seguro, muitos aplicam em ouro. Por se tratar de uma reserva de valor, a busca pelo metal nobre acontece quando existe aumento da inflação e crises econômicas globais. Contudo, o ouro vem passando por um momento de queda.
Neste ano, o ouro vem passando por variação negativa. Segundo o sistema integrado de informações financeiras Comdinheiro, entre os dias 31 de dezembro do ano passado e 7 de outubro deste ano, o metal nobre apresentou perda de 15,89%.
Ao Estadão, o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, cita que a queda do ouro tem relação com o juro real dos Estados Unidos. Isso representa a taxa de juros nominal estabelecida pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), com o desconto da inflação.
O analista explica que, por bastante tempo, estava negativo o juro real. Por conta disso, o dólar perdia a atratividade. Ele explica que, geralmente, isso é favorável para o ouro — já que o metal fica atrativo pela possível insegurança relativa à moeda americana.
Já no cenário atual, com o aumento do juro nominal, também houve elevação do juro real. Apesar do alto patamar da inflação, a autoridade monetária norte-americana vem elevando a taxa de juros para manter a economia sob controle. Com isso, o dólar se torna mais atrativo.
Vale a pena investir em ouro?
O analista da Top Gain, Rodolfo Consenzzo, afirma, ao Estadão, que existem dois casos em que o ouro poderá ficar atrativo.
O primeiro seria o começo da redução da taxa de juros norte-americana. No entanto, ainda não existe uma previsão de quando o fim do ciclo de aperto monetário.
Já o segundo cenário é a intensificação de guerras da Europa e Ásia. Na Europa, o conflito entre Rússia e Ucrânia segue preocupando o mercado. Já na Ásia, há pressão causada pelos exercícios de bombardeio pela Coreia do Norte, além do risco de invasão no Taiwan pela China.
Apesar disso, no contexto atual, especialistas entendem não ser favorável para realizar investimento em ouro. O metal nobre, por ser um modo de proteger a carteira, tende a ser indicado em situação de juros menores e equilíbrio da inflação.
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