Uma questão que sempre levantou polêmica no Brasil é a concentração bancária. Contando com somente cinco grandes bancos e após a saída de instituições estrangeiras importantes, existem pontos favoráveis e desfavoráveis a respeito desta questão.
Por um lado, esta concentração pode trazer uma solidez maior para o sistema financeiro, no entanto, também é colocada como uma das razões para os juros altos cobrados no Brasil.
Independentemente disso, o Banco Central vem se esforçando para estimular a concorrência, mas desde 2016 a concentração está sendo reduzida de maneira constante.
Este fato pode ser explicado pela retração dos bancos públicos e pelo crescimento das cooperativas. É esperado que daqui pra frente, as fintechs também passem a colaborar de forma mais perceptível.
No fechamento do ano passado, a concentração do sistema financeiro auferido pelo Índice Herfindahl-Hirschman normalizado (IHHn) permaneceu em trajetória de queda e fechou em 0,0928, levando em conta os ativos totais, de acordo com o REB (Relatório de Economia Bancária), que foi divulgado na terça, 5.
De acordo com a autoridade monetária, valores 0 e 0,10 sinalizam baixa concentração, acima de 0,10 até 0,18, moderada, e acima de 0,18 até 1, elevada.
Foi adotada pelo Banco Central, uma nova metodologia com objetivo de medir a concentração do sistema financeiro, levando em consideração os quatro maiores bancos e não mais os cinco maiores. Com isso, o Banco Santander saiu deste grupo.
De acordo com o BC, as quatro maiores instituições do país são: Caixa, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú. Seguindo a nova métrica, o grupo deteve 59,3% do mercado de crédito no ano passado, uma redução de 0,1 ponto percentual ante 2020. O grupo ainda era responsável por 60,1% dos depósitos, 1,6 pontos percentuais a menos que no ano anterior.
No ano passado, a porcentagem dos bancos públicos era de 43,5% ante 47,6% em 2019. Paralelo a isso, as cooperativas tiveram um crescimento de 4,3% para 6,1%. Nos últimos três anos, as fintechs não conseguiram sair dos 0,0%.
Esta queda na concentração ao longo dos últimos anos pode ser explicada pela retração dos bancos públicos, em especial do BNDES e do avanço das cooperativas. “A concentração do SFN (setor financeiro nacional) reduziu-se entre 2019 e 2021 nos agregados contábeis considerados, especialmente nos depósitos totais”, disse o relatório.