Um dos meios de pagamento mais usado pelos brasileiros é o cartão de crédito, que também é um dos maiores responsáveis pelo endividamento dos brasileiros em decorrência do juro rotativo. Neste sentido, ter clareza total dos gastos é fundamental para fugir de uma dívida.
Juro rotativo do cartão
Este tipo de juro é cobrado sempre que o cliente não paga o valor total de sua fatura, pagando apenas o chamado valor mínimo ou algum valor entre o mínimo e o total da conta. Ao fazer isso, o cliente pode achar que fez um negócio, mas pode ter caído em uma armadilha. Em média, o juro anual do rotativo bate os 370%.
De acordo com um levantamento do Banco Central, quase 65 milhões de brasileiros, o que representa 40% da população adulta do país, efetuaram cerca de 200 milhões de operações todos os meses. As famílias tem em média 30% de suas dívidas com o SFN (Sistema Financeiro Nacional), relativas ao cartão de crédito, englobando as modalidades à vista, parcelada e rotativo.
Novo layout nas faturas
O Banco Central, como uma forma de promover o uso consistente desta forma de pagamento, revelou nesta quarta, 5, uma análise parcial do efeito que uma mudança no layout da fatura do cartão de crédito no âmbito do Relatório de Economia Bancária (REB) de 2021, causaria.
Esta revelação parcial mostrou que a mudança na maneira como as informações são colocadas na fatura pode aumentar o grau de entendimento e pagamento dos clientes, de acordo com os resultados obtidos por um experimento realizado com uma amostra aleatória e controlada.
De acordo com o BC, usar o cartão de maneira desatenta pode custar caro para as pessoas. Isto pois quando a fatura não é paga totalmente, o débito gerado pelo rotativo ou pelo parcelamento de fatura pode atingir os patamares mais altos do mercado, acima dos 300%.
Justamente as pessoas com renda inferior a dois salários mínimos são as que mais acabam usando estas duas modalidades tão caras. “Além da desatenção, a complexidade do produto, o baixo nível de letramento financeiro dos usuários e as faturas confusas são alguns dos fatores que podem resultar na utilização indesejada do crédito rotativo ou parcelamento”, disse o BC.