De acordo com o relatório Education at a Glance 2022, da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil é o segundo país com o maior saldo de jovens em situação de desemprego, e que não conseguem estudar. Segundo os dados compartilhados nesta segunda-feira,3, são pelo menos 35,9% de jovens que estão nesta mesma situação.
Com o resultado de que 35,9% dos jovens brasileiros não tem emprego, e não estudam, eles representam o dobro da média da soma dos outros países da OCDE. Em que 16,9% das pessoas pesquisadas também vivem o desemprego e estão sem estudar. Na situação geral, a África do Sul fica a frente do Brasil com 46,2% da população vivendo neste cenário.
Foram analisados os dados, entre educação do ensino superior e emprego, de 38 países que pertencem ao OCDE. Além do Brasil, Argentina, Chile, Índia, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul. Do total de 45 países que foram analisados, os brasileiros estão por mais tempo vivendo nesta condição de desemprego e falta de estudo.
São 5,1% de pessoas que há mais de um ano estão nessas condições, o que evidencia falta de oportunidade para os jovens. Além de programas e projetos de qualificação para que consigam se preparar melhor para o mercado de trabalho. Foram estudados os jovens de 18 a 24 anos, que estão no que é chamada de fase de transição na educação, quando saem da escola e deveriam cursar o ensino superior ou técnico.
Riscos do aumento do desemprego
Segundo o estudo feito e compartilhado no relatório, quanto mais essas pessoas se afastam do processo de transição entre a escola e a qualificação profissional, mais chances elas têm de ficarem no desemprego. O que deve acender um alerta importante para os governos e poder público.
“Esse grupo, dos que não trabalham e não estudam, deveria ser uma grande preocupação para os governos, já que alertam para uma situação negativa de desemprego e desigualdades sociais“, analisa o relatório.
Para se ter uma ideia de como os dados são preocupantes, em agosto um estudo feito pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostrou que o Brasil tinha 23% da população de 15 a 24 anos sem trabalhar e estudar. O resultado está acima da média mundial do desemprego juvenil que é de 16,9%.
Por fim, a pesquisa do OCDE mostrou também que nos países onde os jovens têm maior índice de conclusão do ensino superior, também são oferecidos mais empregos e os melhores salários.