O que a manutenção da SELIC representa para a ECONOMIA brasileira?

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu na última quarta, 21, manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Com essa decisão, o Comitê interrompeu o ciclo de alta dos juros em 23 anos.

A Selic vem sendo elevada desde março do ano passado, passando por 12 altas consecutivas. Ao longo deste período, a taxa cresceu 11,75 pontos percentuais. Analistas do mercado financeiro já esperavam que o patamar da Selic fosse mantido inalterado. Mais quais serão os impactos que esta decisão pode causar nos próximos meses no país?

Como a Selic afeta seu bolso?

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia do país e é usada para estabelecer outras taxas, como de empréstimos e financiamentos.

O patamar da Selic é definido na reunião do Copom levando em conta diversos fatores econômicos. As reuniões acontecem a cada 45 dias e sempre é determinado o patamar da taxa. O patamar é denominado de Selic Meta ou Meta Selic e pode subir, diminuir ou se permanecer estável.

Sendo assim, os juros altos trazem diversos reflexos na economia do Brasil, como:

  • Elevação das taxas bancárias;
  • Aumento nas taxas de juros de empréstimos, financiamentos e cartão de crédito;
  • Os investimentos em renda fixa, como o Tesouro Direto, por exemplo, passam a render mais com a Selic em alta

De acordo com o economista e sócio da BRA, João Beck, a decisão do Copom de manter a Selic no mesmo patamar já era o esperado.

“Chegamos provavelmente a tão aguardada taxa terminal de juros no Brasil considerada cara e extremamente restritiva. Agora, começa outro debate que é o quanto tempo a economia precisará conviver com uma das maiores taxas de juros do mundo e o quanto isso impacta aos cofres públicos e quanto precisaremos desacelerar a economia para vermos bons ventos à frente”, disse ele ao iDinheiro.

Nesta linha de pensamento, o head de conteúdo e sócio da BRA Alexsandro Nishimura, a decisão do Copom veio para confirmar o que já era projetado pelo mercado.

“Ficou em aberto uma retomada do ciclo de alta se o processo deflacionário não se confirmar, enfatizando incertezas e balanços de riscos com variância acima do usual. Com todos os fatores de riscos apontados no comunicado, o Banco Central parece que optou por não apertar demais as condições monetárias, sob o risco de afetar a atividade econômica, visto que o ciclo de aperto aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas, saindo de 2% para 13,75%”, disse ele também ao iDinheiro.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.