Pela décima segunda semana consecutiva, os analistas do mercado reduziram a perspectiva para a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2022. As previsões integram o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central.
Para este ano, os economistas diminuíram a previsão de inflação de 6,4% para 6,0%. Quatro semanas atrás, os analistas do mercado financeiro esperavam que o aumento dos preços ao consumidor chegasse a 6,82% neste ano.
A melhora na previsão de inflação acompanha a medida que limita o imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre gasolina, diesel, transportes coletivos, comunicações e energia elétrica.
O projeto foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no final de junho. De forma prática, a decisão limita a alíquota do imposto estadual cobrado sobre esses segmentos.
Nova previsão de inflação segue acima da meta
Mesmo com a melhora recente, a estimativa de aumento dos preços segue acima da meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para este ano, o centro da meta é de 3,5% — com uma margem de aceitação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
No acumulado deste ano até agosto, a inflação oficial do país está em 4,39%. Tanto em julho quanto agosto, o IPCA apresentou taxa negativa — ou seja, uma deflação. Um julho, inclusive, foi registrado a menor taxa da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Como forma de manter a inflação dentro da meta, o Banco Central promove reajustes na taxa básica de juros da economia, a Selic. Desde março do ano passado, a autoridade monetária vem elevando o indicador.
A Selic aumentou de 2% ao ano para os atuais 13,75% ao ano. O percentual atual é o maior desde novembro de 2016, quando estava em 14% ao ano.
Previsão do mercado para a inflação em 2023
Para o próximo ano, os economistas também melhoram a previsão de inflação, de 5,17% para 5,01%. Há quatro semanas, a estimativa era que a alta dos preços aumentasse 5,33% em 2023. O mercado reduziu a perspectiva do indicador pela quinta semana consecutiva.
Para 2023, o Conselho Monetário Nacional definiu o centro da meta de inflação em 3,25% — com a mesma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, mesmo com a melhora recente, o patamar segue acima do teto da meta.