Vencedor do Prêmio Nobel da Economia dá PRECIOSAS dicas de como investir melhor

Nesta terça, 30, Daniel Kahneman, vencedor do Nobel da Economia de 2002, apontou em uma entrevista algumas direções que os investidores podem seguir em meio a mundo que exige que decisões sejam tomadas rapidamente e assertivamente. 

A entrevista foi feita no evento Data Driven Business, que foi promovido pela Neoway, empresa de software comprada pela B3 no ano passado.

Kahneman, que é tido como o pai das finanças comportamentais, lançou em 2021 seu livro “Ruído: uma falha no julgamento humano”. O objetivo do livro era o de compartilhar sua teoria que lhe rendeu o Nobel. Ele escreveu ainda “Rápido e Devagar: duas formas de pensar”.

De acordo com a teoria dele, nós não somos racionais, mas tampouco somos irracionais. “Não somos racionais do ponto de vista técnico. A mente humana tem essa limitação. Estamos sujeito a erros cumulativos de raciocínio”.

Esses erros repetidos são fortemente discutidos no livro “Rápido e Devagar”. Entre eles está a aversão à perda, que faz com que as pessoas reajam muito mais intensivamente às perdas do que aos ganhos. Também é explicado por Kahneman o fato de que pessoas se mostram mais avessas ao risco em escolhas que envolvam ganhos certos, ao passo que são mais abertas a correr riscos em escolhas que podem causar potenciais perdas.

Dessa forma, o que é possível fazer para evitar tanto os viesses como os ruídos em momentos decisivos? Isto pode ser feito de maneira simples: atrasando a decisão intuitiva e rápida ao máximo. É importante antes de tomar decisões que envolvam investimentos, juntar a maior quantidade de informações existentes a respeito do assunto. Isto faz parte do que Daniel denomina de “higiene da decisão”.

“Se será possível investir melhor assim? É o melhor conselho que eu poderia dar!”, disse ele na coletiva.

Kahneman disse ainda que os algoritmos sempre serão mais eficientes do que as decisões humanas, pela inexistência de ruído. Porém, se não existe ruído no algoritmo, existe o viés colocado nele pelo criador de dados.

Na visão dele, os algoritmos trazem outro problema: incentivam a polarização política. “Se você defende a pena de morte será exposto a mensagens acirradas e extremas porque o Google quer que você fique mais tempo em sua plataforma. É um efeito negativo para a sociedade. O algoritmo é uma solução parcial: me dá o que gosto, mas deveria incluir também um efeito aleatório, outras coisas para me deixar tentado a fazer e pensar diferente”, disse.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.