Em maio, a inflação nos Estados Unidos (o Índice de Preços ao Consumidor ou CPI, na sigla em inglês) aumentou 1%. O nível ficou acima da elevação de 0,3% registrada no mês anterior. Os dados foram divulgados pelo Departamento do Trabalho dos EUA, na última sexta-feira (10).
No acumulado em 12 meses até maio, a inflação nos EUA chegou a 8,6%. Esta foi a maior taxa registrada desde dezembro de 1981, quando tinha somado 8,9%.
O índice de maio superou as estimativas de analistas. Os economistas consultados pela Reuters previam uma elevação mensal de 0,7%.
Mesmo que o aumento tenha sido generalizado, os itens que mais impactaram a taxa foram os de moradia, combustível e alimentação.
Apenas em maio, a gasolina teve alta de 4,1%. O preço atingiu a uma média de aproximadamente US$ 4,37 por galão, conforme dados do clube automobilístico AAA. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a elevação no combustível chega a 48,7%.
Aumento na inflação dos EUA preocupa mercado
Após a divulgação dos números da inflação, o mercado volta a atenção para como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) receberá os dados. Diante do aumento nos preços, a autoridade monetária deve continuar com o reajuste nos juros.
O mercado prevê que o Fed deve aumentar a taxa de juros em 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira (15). Já em julho, a instituição deve elevar os juros em mais 0,5 ponto percentual. Desde o mês de março, a autoridade monetária já subiu a taxa básica em 0,75 ponto percentual.
O mercado tinha dúvida se, a partir de setembro, existia uma interrupção no aumento dos juros — ou pelo menos uma desaceleração. No entanto, o índice de inflação acima do previsto frustrou as expectativas e aumentou as possibilidades de um agressivo aperto na taxa de juros.
A divulgação da aceleração da inflação contribuiu ainda mais para a aversão ao risco mundial. Os números provocaram uma redução generalizada dos mercados acionários e uma valorização do dólar em relação a diversas outras moedas.
Na bolsa de valores brasileira, o Ibovespa encerrou em queda de 1,51%, aos 105.481 pontos. Já o dólar comercial registrou aumento de 1,49%, a R$ 4,988. A moeda norte-americana, inclusive, chegou a superar os R$ 5 durante a sessão.