Uma das startups de maior sucesso no Brasil ultimamente, a QuintoAndar teria demitido 800 funcionários na terça-feira (12), de acordo com O Estado de S. Paulo. O corte seria equivalente a 20% do quadro de funcionários da empresa, anteriormente em 4 mil pessoas.
Todos os setores e todas as filiais regionais da startup teriam sido afetados. A motivação seria o desempenho ruim no primeiro trimestre, causado, sobretudo, pela persistência da inflação e do ritmo lento da economia, que impactaram todo o mercado imobiliário.
A informação impressiona, não só pelo grande contingente de demissões, mas devido ao fato de a empresa ter realizado recentemente altos investimentos em publicidade, com destaque para a parceria com o reality show Big Brother Brasil, da Rede Globo. Estimado em R$ 11,8 milhões, o patrocínio garantiu a exposição da marca na prova do líder do dia 26 de março, entre outras ações promocionais.
A QuintoAndar também contratou garotos-propaganda de peso, como a ginasta Rebeca Andrade, o cantor Milton Nascimento e a ex-BBB Manu Gavassi, que apresenta uma websérie semanal com as ofertas da plataforma de moradia.
A QuintoAndar surgiu em 2013 e cresceu rapidamente devido ao seu modelo inovador de negócios. Ela intermedia a compra, venda e aluguel de imóveis e substitui as garantias tradicionais para locação (fiador ou caução) por uma análise de crédito que facilita bastante o negócio, tanto para o locador, como para o inquilino.
A empresa é considerada um unicórnio, devido ao seu alto valor de mercado. Depois de diversos aportes nos últimos anos, incluindo um investimento de 300 milhões de dólares em maio de 2021, liderado pelo fundo Ribbit Capital, a QuintoAndar é agora avaliada em 5,1 bilhões de dólares (R$ 23,9 bilhões).
O que diz a empresa
Em nota, a QuintoAndar negou as informações publicadas pelo Estadão. De acordo com a empresa, apenas 160 funcionários (4% do total) teriam sido demitidos, enquanto outros teriam sido realocados de setor, como parte de ajustes internos “buscando mais eficiência operacional”.
A nota também nega que a empresa esteja passando por um momento ruim e aponta crescimento de 30% nos seus contratos de compra e venda de imóveis no primeiro trimestre de 2022, na comparação com o quarto trimestre de 2021.