PCC usa pix para roubar celulares em bairros nobres de SP. O alto lucro de quadrilhas que já atuavam na área chamou a atenção do Primeiro Comando da Capital.
De acordo com o Departamento Estadual de Investigações Criminais, o Deic, a facção em questão atua no controle de crimes referentes a transferência de dinheiro por meio de celulares roubados nas áreas nobres da cidade de São Paulo.
Entenda como age a quadrilha
Segundo as investigações, o grupo possui uma célula localizada na Bela Vista, região central, no local os criminosos realizam o desbloqueio dos aparelhos roubados em áreas próximas consideradas nobres, como a Paulista, Consolação e Jardins.
Após o roubo, os celulares são levados rapidamente para quartos de pensões que se encontram em pontos estratégicos, lá os criminosos fazem as transferências antes mesmo que os donos façam os bloqueios das senhas e contas, tudo acontece de maneira bastante rápida, com o esquema organizado em partes.
O delegado assistente da 2° Delegacia do Patrimônio , Anderson Honorato, conta que os valores transferidos são sempre altos. “Você vê movimentações de R$ 50 mil, de mais de R$ 100 mil. Teve uma vítima que veio aqui e, em um só Pix, o cara fez um empréstimo de R$ 26 mil e transferiu tudo”.
O delegado ainda completa dizendo que o lucro dos roubos é de em média R$ 50 mil por aparelho. “Geralmente, quem rouba o celular ganha uma porcentagem do que eles conseguem desviar a partir do aparelho. Uma parte fica com o laranja da conta, uma parte fica com o chefão, uma parte com quem faz o trabalho. Vai fatiando: uma porcentagem para cada um”, explica Honorato .
Envolvimento do PCC
A polícia acredita que a ação criminosa que ganhou força em 2021 não começou com os membros do PCC, por ser uma prática que chama a atenção da polícia atrapalhando o tráfico.
Com a atividade se mostrando lucrativa, a quadrilha se associou ao grupo que atuava na região da Bela Vista. O delegado Honorato relata que em ação realizada há cerca de um mês, cinco suspeitos foram presos e relataram a entrada do PCC nas atividades criminosas.