No quarto trimestre de 2021, o Méliuz (CASH3) chegou a R$ 1,7 bilhão em volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês). Em comparação ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 77%. Os dados, divulgados na última quinta-feira (27), fazem parte da prévia operacional da companhia.
A empresa de cashback encerrou o ano com 22,4 milhões de contas. Do terceiro para o quarto trimestre, foi registrado um crescimento de 1,6 milhão na base de usuários. No comparativo anual, houve uma alta de 8,4 milhões.
Apesar disso, foi observada uma desaceleração no ritmo de abertura de contas. No quatro trimestre, foram abertas 27 mil contas a cada dia útil. Já nos três meses anteriores, o número era de 30 mil novas cotas por dia.
O Méliuz informa que já esperava a desaceleração — por conta da priorização do cartão de crédito próprio. Este produto será lançado em breve. Atualmente, já há mais de 700 mil interessados na lista de espera.
No final de janeiro, a empresa ainda lançará um novo aplicativo. O serviço contará com aperfeiçoamentos na integração do marketplace com a plataforma de serviços financeiros.
Desempenho e perspectivas das ações do Méliuz
Na última sexta-feira (28), no início do pregão, as ações do Méliuz chegaram a valorizar 5% — diante da perspectiva positiva do mercado sobre os dados operacionais.
Apesar disso, ao longo da sessão, foi registrada uma queda. Os papéis fecharam a sexta com redução de 4,05%, a R$ 2,83. Esse resultado acompanhou o desempenho negativo da Bolsa.
A XP destacou o número de contas abertas no trimestre. De modo geral, os analistas possuem uma visão positiva para o desempenho de prévia operacional. Isso porque o Méliuz apresentou sinais de capacidade de capturar novos clientes.
No entanto, a XP alega que a empresa teve número “mais tímido” de usuários ativos. Os analistas acreditam “que o ceticismo relacionado à segurança da informação da Acesso [fintech comprada pelo Méliuz em 2021] pode continuar pesando no papel”.
De qualquer modo, a XP tem recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 8.
Conforme o Bradesco BBI, o grande foco da Méliuz deve continuar sendo as tendências de cashback e receita.
Os analistas estimam que os dados do quarto trimestre ainda estejam pressionados pelas margens brutas (nas atividades promocionais), e pela alta ainda considerável das despesas operacionais com o aumento do quadro de funcionários e investimentos na plataforma.
O Bradesco tem avaliação outperform (desempenho conforme a média do mercado) para a ação, com preço-alvo de R$ 3,90.