O que esperar em 2022 para comércio, indústria e serviços? Analistas respondem

Conforme projeções de analistas, a economia brasileira deve passar por dificuldades no próximo ano. A perspectiva negativa abrange diversos setores. Entenda o que esperar em 2022 para comércio, indústria e serviços, segundo especialistas consultados pelo UOL.

O que esperar em 2022 para comércio, indústria e serviços? Analistas respondem
O que esperar em 2022 para comércio, indústria e serviços? Analistas respondem (Imagem: Montagem/FDR)

As estimativas possuem relação com o cenário presenciado neste ano. Em meio a isso, o desempenho econômico não deve ser favorável. A alta inflação e desemprego afetam o consumo da população — de modo a prejudicar a retomada do comércio e serviços.

Os juros elevados também são negativos. Isso porque reduzem os investimentos das empresas e encarecem financiamento para pessoas.

O que esperar em 2022 para comércio, indústria e serviços

  • Para a indústria:

Neste ano, a escassez de insumos afetou a produção industrial em diversas áreas. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta que os gargalos na produção sejam, aos poucos, normalizados. A resolução dos principais problemas deve acontecer no segundo semestre do ano que vem.

A Confederação estima que a indústria de transformação — que fabrica produtos como equipamentos, máquinas e automóveis — deve aumentar somente 0,5% em 2022 se o fornecimento de insumos se normalizar no segundo semestre. Caso contrário, pode haver retração de 2,5%.

  • Para a construção:

A indústria da construção deve ser afetada pelo aumento nos juros. A atualmente, a taxa Selic está em 9,25% ao ano. O movimento de alta acontece desde março deste ano.

A CNI prevê que a atividade cresça 0,6% no próximo ano. Em comparação ao desempenho dos últimos anos, este é patamar elevado do setor.

O economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, afirma que o setor da construção é bastante sensível aos juros porque, normalmente, a população depende de crédito para comprar imóveis.

  • Para o comércio e serviços:

Segundo a economista da CNC, Iziz Ferreira, o comércio e setor de serviços estão tendo dificuldades com o aumento da inflação. Este cenário tem sido observado nos resultados do final deste ano.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em outubro, serviços teve uma retração de 1,2%. Já o comércio passou por redução de 0,1%.
No próximo ano, Ferreira afirma essa moderação na atividade indica que haverá um crescimento menor.

Além da inflação, outros problemas para o desenvolvimento das vendas do comércio e serviços são o endividamento familiar e o alto número de desempregados.

Segundo a economista, a exceção devem ser as atividades relacionadas ao turismo. Contudo, isso dependerá da evolução da pandemia de covid-19.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.