
VITóRIA DA CONQUISTA, BA — O Ministério da Educação (MEC) abriu negociações para mudar a fórmula de cálculo do piso salarial dos professores. Atualmente, a regra em vigor tem gerado insegurança jurídica e instabilidade financeira para estados e municípios, além de projeções desfavoráveis para os docentes em 2026. O objetivo do ministro Camilo Santana é criar um modelo que garanta aumento real anual (acima da inflação), mas o projeto enfrenta forte resistência de gestores locais.
Dessa forma, a atualização da lei de 2008 tornou-se prioridade para evitar que o reajuste de janeiro seja inferior ao aumento do custo de vida.
Qual a previsão do Piso Salarial para 2026?
Se a fórmula atual não for alterada, os professores poderão ter uma perda no poder de compra no próximo ano. Em primeiro lugar, a projeção atual aponta para um reajuste de apenas 2,9% em janeiro de 2026.
Vale lembrar que a inflação prevista para o período é de 3,5%. Portanto, sem uma nova regra, o piso — que hoje é de R$ 4.867,77 — teria um aumento “negativo” em termos reais. Camilo Santana reforçou que “o importante é que os professores não podem ter menos que a inflação”.
O que muda com a nova fórmula proposta pelo MEC?
A regra atual vincula o aumento ao valor por aluno do Fundeb, o que causa flutuações bruscas (como o salto de 33% em 2022 após um ano de zero reajuste). Atualmente, as duas propostas em debate no grupo de trabalho são:
- Inflação (INPC) + média de crescimento do Fundeb dos últimos cinco anos;
- Inflação (INPC) + 30% do próprio INPC como ganho real.
Por que estados e municípios resistem?
Embora os professores busquem a equiparação salarial com outras carreiras de nível superior — hoje o docente ganha apenas 86% do salário médio de outros profissionais com mesma formação —, os prefeitos e governadores alegam falta de recursos.
Portanto, os gestores municipais pedem duas contrapartidas ao MEC:
- Ajuda financeira direta da União para pagar o piso (além do Fundeb);
- Travas de segurança para anos de crise econômica, impedindo que o salário suba mais do que a arrecadação.
Insegurança Jurídica: O risco de não receber
Um dos maiores problemas enfrentados pela categoria é a falta de cumprimento da lei. Dessa maneira, muitos municípios já conseguiram liminares na justiça para não pagar o piso, alegando que a lei antiga perdeu a validade com o novo Fundeb de 2021. Uma nova legislação daria segurança para que o dinheiro chegue, de fato, ao bolso do professor.
Dica de Ouro do FDR:
Se você é professor da rede pública, consulte o Portal da Transparência do seu município para verificar se o piso de 2025 (R$ 4.867,77) está sendo cumprido. Caso contrário, a orientação é buscar o sindicato da categoria, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) já validou a obrigatoriedade do pagamento do piso nacional.
Você concorda com a mudança na regra do piso? Comente sua opinião e compartilhe esta notícia com seus colegas de escola para que todos fiquem atentos ao reajuste de janeiro!

