PIS/PASEP 2026: Valor maior, novo calendário e o que mais muda no ano que vem

SALESóPOLIS, SP — O PIS/PASEP 2026 já começa a desenhar mudanças importantes para milhões de trabalhadores brasileiros. Com novo critério de renda, previsão de valor maior e um calendário de pagamentos que deve ser divulgado ainda este ano, o abono salarial promete gerar dúvidas e expectativas.

PIS/PASEP
PIS/PASEP 2026: Valor maior, novo calendário e o que mais muda no ano que vem
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

O que é o PIS/PASEP

  • O PIS (Programa de Integração Social) e o PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) são programas do governo federal que permitem o pagamento do abono salarial a trabalhadores da iniciativa privada (PIS) ou servidores públicos (PASEP).
  • Apesar da extinção do fundo original (poupança histórica) em 2020, o abono salarial (benefício anual) continua existindo.
  • O abono funciona como um “extra”, geralmente equivalente a até um salário mínimo vigente, dependendo dos meses trabalhados no ano-base.

Quem terá direito ao PIS/PASEP 2026 — os critérios

Para 2026, os requisitos para receber o abono salarial permanecem, em essência, os mesmos de anos anteriores.

Para ter direito, o trabalhador/servidor precisa:

  • Estar cadastrado no PIS ou PASEP há pelo menos 5 anos.
  • Ter trabalhado com carteira assinada (ou vínculo formal, no caso de servidor público) por pelo menos 30 dias no ano-base (para 2026, o ano-base é 2024).
  • Ter recebido, na média mensal de 2024, uma remuneração que se enquadra dentro do limite de renda definido para o benefício.
  • Ter seus dados corretamente informados pelo empregador via sistema oficial (RAIS / eSocial).

⚠️ Atenção às mudanças de regra para 2026: o critério de renda está mudando — veja abaixo.

O que muda em 2026: novo critério de renda e impacto

Um dos pontos de maior alteração para 2026 refere-se ao limite de renda para ter direito ao abono:

  • Até 2025, o limite era o equivalente a dois salários mínimos.
  • A partir de 2026, esse limite deixa de ser indexado ao salário mínimo. Em vez disso, passará a ser corrigido pela inflação (INPC).
  • Essa mudança faz parte de um plano de transição gradual: com o tempo, o limite de acesso ao benefício deve se estabilizar em 1,5 salário mínimo real — o que significa que menos pessoas poderão receber o benefício, mesmo que o salário mínimo suba.
  • No curto prazo (2026), ninguém perde o direito de imediato. Mas ao longo dos anos, com a diferença entre correção pelo INPC vs. reajustes reais do salário mínimo, a cobertura tende a diminuir.

Em termos práticos: quem em 2024 tinha renda média de até dois salários mínimos pode estar habilitado — mas nos próximos anos, esse teto pode não avançar de acordo com os reajustes do piso salarial, reduzindo o alcance do benefício.

Qual valor devo receber em 2026?

Com base nas projeções oficiais e notícias recentes:

  • O valor máximo pago será de até um salário mínimo vigente em 2026.
  • Estimativas apontam que o piso nacional em 2026 deverá ser de R$ 1.631,00.
  • O abono será proporcional ao número de meses trabalhados em 2024. Por exemplo: 1 mês trabalhado → cerca de R$ 135,91; 6 meses → cerca de R$ 815,50; e 12 meses → cerca de R$ 1.631,00 (valor máximo).

Quando será pago o abono PIS/PASEP — calendário 2026 (previsão)

  • O abono de 2026 corresponde ao ano-base 2024.
  • O calendário oficial de pagamentos deve ser divulgado por volta de dezembro de 2025, após reunião do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador).
  • A expectativa é de que os pagamentos comecem no primeiro trimestre de 2026, seguindo o critério tradicional: para o PIS, conforme o mês de nascimento; para o PASEP, conforme número de inscrição.
  • O saque poderá ser realizado pela conta da pessoa — para o PIS via Caixa Econômica Federal; para o PASEP pelo Banco do Brasil — ou em agências, lotéricas ou canais oficiais.

Impactos e o que essas mudanças significam na prática

  • A atualização do limite de renda pelo INPC tende a restringir a cobertura do benefício ao longo do tempo — ou seja, menos trabalhadores terão direito, mesmo que recebam “até dois salários mínimos”.
  • Isso pode significar uma menor proteção social e menos acesso a esse “extra” para quem depende do abono como complemento de renda.
  • Por outro lado, o benefício mantém a regra de proporcionalidade: quem trabalhou mais meses em 2024 recebe mais — o que premia a estabilidade no emprego.
  • Para os empregadores e o Estado, essas mudanças ajudam a controlar os custos do programa, tornando-o mais sustentável.

O que ainda depende de definição / atenção para 2026

  • O calendário oficial de pagamento ainda não foi divulgado. A data final deverá sair com a definição do Codefat (prevista para dezembro).
  • O novo limite de renda (corrigido pelo INPC) ainda não foi oficialmente definido para 2026 — então é bom acompanhar publicações oficiais para confirmar se você estará enquadrado.
  • É fundamental que os dados do vínculo de trabalho estejam corretamente informados pelo empregador via RAIS / eSocial — erros ou omissões podem comprometer seu direito.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com