SALESóPOLIS, SP — O governo federal acaba de lançar o aplicativo CNH do Brasil, uma plataforma que promete transformar completamente o processo de obtenção da carteira de motorista no Brasil — com eliminação da obrigatoriedade de aulas presenciais em autoescolas, maior flexibilidade, digitalização e redução de custos.

(Foto: I.A/Sora)
O que é o CNH do Brasil e por que foi criado
- O “CNH do Brasil” substitui o antigo app Carteira Digital de Trânsito (CDT).
- O objetivo da mudança é tornar o processo de habilitação mais acessível, menos burocrático e mais barato, abrindo o acesso a pessoas que hoje têm dificuldade de pagar autoescola.
- A norma que viabiliza essas transformações foi aprovada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Principais mudanças nas regras de habilitação
Com o novo sistema via app, o processo de tirar a carteira de motorista passa a contar com mudanças importantes:
- Fim da obrigatoriedade de aulas em autoescolas. O candidato poderá fazer o curso teórico pelo app, de forma gratuita.
- Carga horária prática reduzida: a exigência mínima de 20 horas aula cai para apenas 2 horas.
- Uso de veículo próprio e instrutor autônomo: o aluno pode treinar no seu próprio carro e contratar instrutor credenciado pelo Detran — sem necessidade de vínculo com autoescola tradicional.
- Curso teórico online e certificado digital: o conteúdo teórico e simulados serão disponibilizados pelo app, e após conclusão será emitido um certificado para realizar a prova teórica.
- Provas teórica e prática, exame médico e coleta biométrica continuam presenciais: estas etapas não sofreram alterações.
- Possibilidade de segunda tentativa gratuita na prova prática: quem reprovar na primeira poderá fazer novo exame sem custos adicionais.
- Fim do prazo de 12 meses para concluir o processo de habilitação: o candidato poderá levar o tempo que precisar — sem risco de perder tudo.
Segundo o governo, essas mudanças podem reduzir o custo total da CNH em até 80%, facilitando o acesso de quem hoje encontra dificuldade financeira.
Como vai funcionar a emissão da CNH na prática — pelo app
- O candidato baixa o app CNH do Brasil.
- Faz o curso teórico digital gratuitamente (em celular, tablet ou computador) — sem necessidade de frequentar aulas presenciais.
- Recebe um certificado digital que o habilita para a prova teórica.
- Vai até o Detran para coleta de biometria e foto, e faz exames médicos / psicológicos necessários (se aplicável).
- Faz a prova teórica — se aprovado, escolhe entre autoescola tradicional ou instrutor autônomo + veículo próprio para aulas práticas.
- Cumpre no mínimo 2 horas práticas (ou mais, conforme necessidade).
- Realiza a prova prática — se aprovado, recebe a CNH digital. Em caso de reprovação, pode refazer sem custo extra.
Por que essa mudança na emissão da CNH é vista como positiva (e controversa)
✅ Pontos positivos
- Acesso mais fácil e barato à habilitação, especialmente para quem não consegue arcar com os custos tradicionais (autoescola, taxas, etc.).
- Flexibilidade: o candidato pode aprender no seu ritmo, usando veículo próprio e até contratar instrutor de sua confiança.
- Redução da burocracia e maior autonomia para os cidadãos.
⚠️ Controvérsias e resistência
- O setor das autoescolas — representado por entidades como Feneauto e a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) — já manifestou oposição e prepara ação judicial contra a medida, alegando inconstitucionalidade e ausência de diálogo no processo.
- Há temores sobre segurança: com menos horas de prática obrigatória, críticos questionam se os novos motoristas estarão devidamente preparados para dirigir.
- A transição depende da homologação nos estados: a efetividade da medida pode variar conforme o estado, o que gera incertezas.
O que muda para quem quer tirar a CNH a partir de 2026 (e vale a pena)
Se você pretende tirar a CNH a partir de 2026, o novo modelo com o app CNH do Brasil pode tornar o processo:
- Mais barato — com economia significativa em relação ao modelo tradicional.
- Mais rápido e flexível — sem necessidade de cumprir carga horária rígida, sem vínculo com autoescola, e com a possibilidade de usar veículo próprio.
- Mais democrático — ampliando o acesso para quem tinha dificuldade com custo ou logística.
Mas vale ficar atento aos requisitos: provas ainda são obrigatórias, e a aprovação continua sendo condição essencial.

