SALESóPOLIS, SP — Uma nova ameaça de paralisação nacional de caminhoneiros marca esta quinta-feira, 4 de dezembro. Lideranças ligadas a um grupo da categoria convocaram motoristas para iniciar uma greve em rodovias do país, mas o movimento enfrenta uma forte divisão interna e a adesão ainda é incerta.

(Foto: I.A/Sora)
A preocupação é imediata, já que uma paralisação dos transportadores de carga pode impactar rapidamente o abastecimento de combustíveis, alimentos e a logística de diversos setores da economia.
Quem está convocando a greve dos caminhoneiros?
A convocação está sendo articulada por Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, representante da União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC), e conta com o apoio jurídico do desembargador aposentado Sebastião Coelho.
- Comunicação Oficial: Na última terça-feira (2), Chicão esteve no Palácio do Planalto para protocolar um documento comunicando oficialmente o movimento à Presidência da República.
- Alegada Legalidade: Em vídeos divulgados nas redes sociais, os líderes afirmam que o movimento tem caráter legal e visa o cumprimento de leis que regem o transporte de cargas, que, segundo eles, não estão sendo aplicadas.
Quais são as pautas do movimento?
Os líderes que convocam a greve alegam que as pautas do movimento são essencialmente trabalhistas e pela melhoria das condições da classe. Entre as reivindicações citadas estão:
- Aposentadoria Especial: Melhorias nas regras para aposentadoria da categoria.
- Reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas: Revisão das normas que regem o setor.
- Estabilidade Contratual: Busca por maior segurança nos contratos de trabalho.
O movimento tem apoio da categoria?
O cenário é de profunda incerteza e divisão. As principais e mais tradicionais entidades representativas dos caminhoneiros não apoiam a paralisação.
- Entidades Tradicionais Não Aderem: A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral (Fetrabens) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), que representam grande parte da categoria, vieram a público para negar envolvimento com a mobilização e a repudiar o uso de fins políticos no movimento.
- Críticas e Temor de Uso Político: Muitos motoristas e lideranças tradicionais criticam a convocação, temendo que ela seja utilizada com objetivos político-partidários, o que já ocorreu em movimentos anteriores.
Desta forma, a adesão ao movimento no início desta quinta-feira (4) é a grande incógnita, e o impacto nas rodovias dependerá da capacidade de mobilização do grupo dissidente.
Fique Atento!
Autoridades de segurança e o Ministério dos Transportes monitoram as rodovias federais para garantir o livre trânsito, respeitando o direito de manifestação sem permitir o bloqueio da circulação.

