
VITóRIA DA CONQUISTA, BA — O Governo do Brasil reafirmou, nesta terça-feira (2/12), seu compromisso em defender o fim da jornada de trabalho 6×1, sem redução de salário. A posição foi reforçada durante coletiva no Palácio do Planalto pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, após reunião de coordenação sobre o tema.
Segundo Gleisi, a mudança é uma bandeira prioritária do governo Lula e integra a agenda de melhoria da qualidade de vida do trabalhador. Para ela, não basta reduzir a jornada semanal: é preciso garantir que as pessoas tenham tempo real para lazer, descanso, cuidar da família e resolver suas demandas pessoais.
Debate reacende após relatório da Subcomissão
A posição do Executivo foi reforçada após a apresentação do parecer do deputado Luiz Gastão, relator da Subcomissão da Escala 6×1. O relatório propõe a redução da jornada para 40 horas semanais, mas mantém a escala 6×1, o que contrariou a expectativa do governo.
Guilherme Boulos afirmou que o Planalto foi “surpreendido” pelo texto e que seguirá defendendo o fim da escala em todas as frentes: no Parlamento, na sociedade e nas ruas. Segundo ele, mais de 70% da população brasileira apoia a mudança, conforme pesquisas citadas na coletiva.
O que prevê a PEC 8/25
O debate sobre o tema envolve também a PEC 8/25, que propõe uma jornada de trabalho de quatro dias de trabalho e três de descanso, estabelecendo um limite de 36 horas semanais e extinguindo a escala 6×1. O objetivo é avaliar como o atual modelo impacta a saúde, a qualidade de vida e as relações sociais dos trabalhadores.
A Subcomissão da Escala 6×1 volta a se reunir nesta quarta-feira (3/12), às 9h, para discutir e votar as propostas legislativas. Depois disso, os textos seguem para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Apoio político crescente
Também participaram da coletiva o deputado Reginaldo Lopes, autor da PEC 221/2019, e a deputada Daiana Santos, autora do PL 67/2025, que propõe reduzir a jornada de 44 para 40 horas semanais.
Reginaldo classificou o avanço como “um ganho histórico” e afirmou que a mudança marca “o fim da escravidão moderna”. Daiana destacou que a sociedade brasileira “já está amadurecida” para essa transformação.

