O Bradesco atravessa um processo acelerado de digitalização. Isso levou ao encerramento de 342 agências, 1.002 postos de atendimento e 127 unidades de negócio no período entre junho de 2024 e junho de 2025.
O banco afirma que os clientes passaram a resolver quase tudo pelo celular, e isso impulsiona uma revisão completa do modelo presencial.
Além disso, a Febraban destaca que sete em cada dez transações bancárias ocorrem em canais digitais, tendência que reforça as mudanças.
Esses ajustes, porém, expõem limites. Muitas cidades pequenas perderam sua única agência física, o que força deslocamentos longos e reduz alternativas para quem tem dificuldades com tecnologia.
A Bahia, por exemplo, registrou uma série de fechamentos recentes, algo que ampliou o receio de moradores sobre o atendimento local.
Além disso, sindicatos apontam que a redução estrutural atinge trabalhadores de várias regiões. O DIEESE estima que o Bradesco responde por quase 38% de todas as unidades bancárias fechadas no país no período analisado.
Essa escala mostra como a estratégia impacta diretamente a estrutura física do setor financeiro.
Como os clientes do Bradesco foram afetados pelos fechamentos?
Os correntistas que dependem do atendimento presencial sentem os efeitos mais intensos. Idosos, pessoas com menor familiaridade digital e moradores de áreas remotas agora enfrentam longas filas em municípios vizinhos.
Muitos também relatam dificuldade para resolver pendências específicas, como desbloqueios, renegociações ou questões relacionadas a contas jurídicas.
Além disso, cidades que perderam suas agências passam a depender de correspondentes bancários.
Embora funcionem como alternativa, esses pontos não oferecem todos os serviços. Assim, podem gerar filas ainda maiores em datas de pagamento de benefícios sociais.
Outra consequência envolve a segurança. Em locais onde restou apenas um caixa eletrônico ou correspondente, os moradores afirmam que o risco de aglomeração e movimentação de dinheiro aumenta.
Assim, as mudanças geram receio em grupos mais vulneráveis.
Quais são as críticas dos sindicatos e especialistas?
O fechamento de unidades motivou protestos em várias capitais. Em novembro de 2025, sindicatos organizaram um Dia Nacional de Luta, destacando que o corte de agências acompanha um número expressivo de desligamentos.
No Rio de Janeiro, por exemplo, foram registradas quase 300 homologações apenas em 2025.
Especialistas afirmam que o movimento reduz a concorrência no atendimento presencial e aprofunda a exclusão financeira. Para eles, o avanço do digital melhora a eficiência, mas exige políticas que garantam acessibilidade e inclusão.
Além disso, estudos lembram que o Brasil perdeu mais de 7 mil agências bancárias na última década. O fenômeno acontece em todos os grandes bancos, porém o ritmo recente do Bradesco chama atenção pela abrangência geográfica.
E o que o cliente do Bradesco pode fazer agora?
O correntista pode optar pelos canais digitais quando possível, usar o atendimento por chat, acessar orientações no aplicativo.
Fica também a indicação para conferir quais serviços ainda estão disponíveis em correspondentes bancários.
Porém, quando a demanda exige presença física, a única saída é buscar a unidade mais próxima.
O cenário mostra que a digitalização avança rapidamente, porém muitos brasileiros ainda precisam de atendimento humano.
Por isso, o fechamento das 342 agências do Bradescoreforça um alerta sobre a necessidade de equilíbrio entre eficiência tecnológica e inclusão financeira contínua.

