SALESóPOLIS, SP — O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã de 22 de novembro de 2025 e levado para a Superintendência Regional da PF em Brasília. Ele violou a tornozeleira eletrônica que usava, um dos motivos da prisão.

(Foto: Metrópoles)
A prisão foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que apontou, entre os motivos, o risco de fuga — especialmente após um alerta registrado de que a tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro havia sido violada.
Como a tornozeleira foi danificada
De acordo com relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seap), Bolsonaro admitiu ter usado um ferro de solda para queimar o dispositivo.
O alerta de violação foi registrado pelo sistema de monitoramento eletrônico (CIME) às 00h07 do dia em que ocorreu a prisão. Logo após a constatação da avaria, a tornozeleira foi substituída por outro equipamento.
Quem vai pagar pela tornozeleira danificada?
De acordo com notícias veiculadas, o Governo do Distrito Federal (GDF) deverá arcar com o custo da tornozeleira violada.
No contrato vigente entre a Seape-DF (Secretaria de Administração Penitenciária) e a empresa que fornece os dispositivos (UE Brasil Tecnologia Ltda), o valor por tornozeleira eletrônica é de R$ 245,84.
Além disso, em caso de dano, há multa prevista no contrato — três vezes o valor do equipamento, ou seja, cerca de R$ 737,52, que inicialmente deve ser pago pelo DF.
Há possibilidade, segundo contratos similares, de regressar esse valor ao monitorado (neste caso, Bolsonaro), mas depende de decisão administrativa ou judicial para efetivar a cobrança.
Defesa de Bolsonaro e contexto político
A defesa de Bolsonaro afirmou que a tornozeleira foi imposta “para causar humilhação” ao ex-presidente, e negou que a violação tenha caráter de plano de fuga.
Segundo os advogados, Bolsonaro tem problemas graves de saúde, o que justificaria um tratamento mais brando.
Já no relatório da Seap, consta que Bolsonaro afirmou ter usado o ferro de solda “por curiosidade” — e que não rompeu fisicamente o equipamento, apesar de queimá-lo.
Consequências da violação da tornozeleira
- O fato da tornozeleira ter sido danificada reforçou o argumento do STF para converter a prisão domiciliar em prisão preventiva.
- A tornozeleira destruída deve passar por perícia para apurar exatamente a extensão do dano e como ocorreu a violação.
- A decisão de Moraes também restringiu visitas ao ex-presidente, autorizando apenas advogados e equipe médica.

