Alerta: Preço nos supermercados pode cair e motivo tem a ver com vale‑alimentação

SALESóPOLIS, SP — A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) afirma que a mudança nas regras do benefício de vale‑refeição e vale‑alimentação, por meio do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), pode levar a uma redução nos custos para supermercados. O que, teoricamente, poderia refletir em preços menores para os consumidores

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Alerta: Preço nos supermercados pode cair e motivo tem a ver com vale‑alimentação
(Foto: I.A/Sora)

O decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinado no dia 11 de novembro de 2025, estabelece novos limites para taxas cobradas de estabelecimentos comerciais que aceitam voucher alimentação e refeição, além de reduzir o prazo de repasse dos valores.

Por que isso pode influenciar os preços nos supermercados

Segundo a Abras, as principais mudanças que contribuirão para menores custos nos supermercados são:

  • Um teto para a taxa que os supermercados e outros estabelecimentos pagam quando recebem vale‑refeição/vale‑alimentação. 
  • Redução do prazo de repasse para os estabelecimentos — ou seja, os valores passam a cair mais rapidamente, melhorando o fluxo de caixa. 
  • A exigência de que mais estabelecimentos possam aceitar os vales, o que amplia a concorrência e pode reduzir margens e reduzir custos para o varejo.
  • Com esse quadro, os supermercados esperam “custo menor” para operar e dizem que isso pode ajudar na diminuição da inflação dos alimentos. 

O que mudou no vale-alimentação

As alterações principais no decreto incluem:

  • Limite de 3,6% para as taxas cobradas aos estabelecimentos nas operações com vale‑refeição/vale‑alimentação. 
  • Fixação de teto de 2% para a tarifa de intercâmbio entre bancos/operadoras. 
  • Obriga que em até 360 dias os cartões dos benefícios sejam aceitos em qualquer maquininha (“interoperabilidade”), ampliando a rede de aceitação.
  • Repasse para os estabelecimentos em até 15 dias corridos após a transação — antes podia demorar 30 a 60 dias. 

Atenção: nem tudo é garantia de queda imediata

Apesar das expectativas otimistas, economistas e analistas alertam que o impacto sobre os preços pode ser modesto ou demorar a aparecer. Eles apontam que fatores como câmbio, logística, condições de safra e custos de produção exercem peso muito maior nos preços dos alimentos.

Por isso, embora a mudança seja relevante para os custos dos supermercados, não se trata de algo que automaticamente garantirá uma queda forte ou imediata nos preços ao consumidor.

O que pode fazer diferença para você como consumidor

  • Fique de olho nos preços dos alimentos nos supermercados: com a redução de custos no varejo, pode haver movimentações para ajustar margens.
  • Compare regularmente os preços de itens essenciais (arroz, feijão, leite, óleo) e aproveite quando houver promoções.
  • Se os preços caírem, entender que parte disso pode estar ligada às mudanças regulatórias — mas que essa é só uma peça do quebra‑cabeça dos custos.
  • Caso os preços não mudem muito, mantenha atenção também a outros fatores que afetam o bolso: frete, clima, oferta de produtos e políticas de importação.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com