SãO PAULO (SP) — O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou recentemente sobre a escala 6×1, destacando os prejuízos sociais e de saúde que o modelo de jornada de trabalho impõe aos brasileiros.

Durante um seminário promovido pela Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, classificou a escala 6×1 como uma “jornada perversa” e defendeu a necessidade urgente de mudanças nas leis trabalhistas do país.
Ele ressaltou que é fundamental garantir mais equilíbrio e qualidade de vida para os trabalhadores, principalmente para as mulheres, que são as mais impactadas por essa carga de trabalho excessiva.
O que é a Escala 6×1?
A escala 6×1 é um modelo de jornada de trabalho comum em setores como comércio, serviços e alimentação, no qual o trabalhador cumpre seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso.
Embora amplamente utilizado, esse sistema tem gerado críticas por ser considerado excessivamente desgastante, afetando a saúde física e mental dos empregados, além de limitar o tempo de lazer e convivência familiar.
O Fim da Escala 6×1: Proposta na Câmara
No contexto das discussões sobre a reforma trabalhista, foi apresentada a Proposta de Emenda à Constituição 8/25, que visa extinguir a escala 6×1 e reduzir a carga semanal de trabalho.
A PEC propõe uma jornada de 36 horas semanais, com quatro dias de trabalho e três dias de descanso, o que representa uma mudança significativa em relação ao modelo atual, onde a jornada pode chegar a 44 horas semanais.
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP), autora da proposta, acredita que essa mudança poderia gerar até 3 milhões de novos empregos no Brasil e proporcionar mais dignidade aos trabalhadores.
Por outro lado, o deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP) defende uma jornada de 40 horas semanais em cinco dias, com dois dias de descanso, argumentando que a redução deve ser equilibrada, levando em conta as necessidades das empresas.
O apoio do ministro de Lula à mudança
Durante o seminário, Luiz Marinho reforçou seu apoio à proposta de reduzir a jornada de trabalho e acabar com a escala 6×1, enfatizando que o modelo atual é insustentável e prejudicial à saúde dos trabalhadores.
“O modelo 6×1 é perverso, especialmente para as mulheres, que enfrentam uma carga de trabalho desproporcional”, afirmou o ministro.
Ele também destacou que a imposição legal de mudanças é necessária para garantir avanços, como ocorreu no passado com a redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais em 1988.
O ministro do Trabalho fez uma analogia histórica, lembrando que, na época, a adaptação das empresas à nova legislação foi bem-sucedida e não causou desorganização econômica.
Ele defendeu que o Brasil tem condições econômicas para implementar uma redução para 40 horas semanais e que experiências em empresas com jornadas menores têm mostrado ganhos em produtividade e bem-estar dos funcionários.
O caminho para o fim da escala 6×1
O governo Lula tem se posicionado firmemente a favor da reforma da jornada de trabalho, destacando os benefícios sociais e econômicos de uma mudança legislativa que garanta mais dignidade e qualidade de vida para os trabalhadores.
Embora haja resistências, o debate está em andamento e pode resultar em um futuro com jornadas de trabalho mais equilibradas, onde a saúde e o bem-estar dos trabalhadores sejam prioridades.
O ministro Luiz Marinho concluiu sua fala com um convite ao diálogo: “É hora de virar a página da escala 6×1 e construir uma transição necessária para a realidade do trabalho no século XXI.”
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