Pesquisa do IBGE mostra um país de Maria e José da Silva

O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, trouxe um panorama detalhado sobre os nomes e sobrenomes mais comuns no Brasil.

A análise mostra que, mesmo com novas tendências de nomes surgindo nas últimas décadas, o país ainda mantém uma identidade marcada por tradições religiosas e heranças coloniais.

Dessa forma, nomes como Maria e José, além do sobrenome Silva, continuam liderando as listas nacionais.

Esse padrão revela não apenas preferências pessoais, mas também traços históricos que ainda influenciam a construção familiar brasileira.

Metodologia direta e padronizada

O levantamento considerou os nomes declarados pelos moradores recenseados em agosto de 2022.

Nomes em um papel em cima de uma mesa de madeira
Pesquisa do IBGE mostra um país de Maria e José da Silva ─ Imagem: Geração/FDR

Para garantir consistência, o IBGE analisou apenas o primeiro nome informado no registro e contabilizou o sobrenome sem considerar sua posição. Além disso, o instituto adotou critérios específicos:

  • Cada grafia representa um nome diferente (Ana ≠ Anna).
  • Acentos e sinais não interferem na contagem (Antônio = Antonio).
  • Conectivos como de, da e dos não entram no cálculo dos sobrenomes.
  • Somente nomes e sobrenomes com frequência mínima aparecem nos resultados.

Com essas regras, o IBGE entrega dados comparáveis entre regiões e períodos, permitindo observar mudanças e permanências ao longo do tempo.

O que os dados mostram sobre o Brasil

O predomínio de Maria e José reflete um conjunto de fatores históricos e culturais.

A tradição cristã, principalmente o catolicismo, influenciou fortemente a escolha de nomes desde o período colonial.

Para quem não sabe: Maria e José, na literatura cristã, são os pais terrenos de Jesus.

Então, muitas famílias utilizam esses nomes como forma de homenagem ou fé, o que reforça sua presença em diferentes gerações.

Por outro lado, o sobrenome Silva ganhou força ao longo da história devido à dinâmica de formação do país.

Colonos portugueses utilizavam esse sobrenome de forma ampla, e, com o tempo, ele passou a ser atribuído também a pessoas escravizadas, indígenas e trabalhadores sem linhagem registrada formalmente.

Assim, o sobrenome se espalhou pelas regiões rurais e urbanas e se consolidou como um dos principais símbolos da identidade brasileira.

Hoje, a combinação “Maria da Silva” e “José da Silva” se tornou uma expressão quase figurativa da população brasileira. Assim, representa diversidade de origem, histórias entrecruzadas e vínculos afetivos familiares.

Como consultar seu nome no sistema do IBGE

O IBGE disponibiliza uma ferramenta pública que permite visualizar informações detalhadas sobre qualquer nome:

  1. Acesse: https://censo2022.ibge.gov.br/nomes
  2. Digite o nome ou sobrenome desejado.
  3. Veja a distribuição por estado e município.
  4. Observe gráficos de evolução ao longo do tempo.
  5. Compare até dois nomes simultaneamente.

Essa consulta ajuda a identificar tendências, origens familiares e vínculos regionais.

A pesquisa do IBGE, portanto, mostra que os nomes brasileiros carregam memória, fé, ancestralidade e movimentos sociais.

Maria, José e Silva representam muito mais do que escolhas comuns; eles simbolizam camadas profundas da identidade nacional.

Portanto, ao consultar seu próprio nome, cada pessoa pode perceber como sua história se conecta ao grande mosaico cultural do país.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.