SALESóPOLIS, SP — Brasil às escuras na madrugada desta terça-feira (14): incêndio em subestação no Paraná derrubou parte do sistema elétrico nacional, deixando milhões sem luz por vários minutos a até 1 hora em ao menos 13 estados + Distrito Federal.
(Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)
O que aconteceu
Por volta de 0h30 da madrugada, um incêndio atingiu um dos reatores da Subestação de Bateias, em Campo Largo (Região Metropolitana de Curitiba, Paraná), danificando equipamentos de alta tensão (500 kV).
Isso provocou uma “perturbação no Sistema Interligado Nacional (SIN)”. Para evitar danos maiores, foi acionado o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) — mecanismo de desligamento automático controlado, para proteção do sistema.
A interrupção no fornecimento durou entre 8 minutos até aproximadamente 1 hora, variando conforme estado e concessionária.
Estados mais afetados com o apagão e impactos
Regiões atingidas: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe.
Alguns dados por estado:
Estado / Região | Quem forneceu / relato | Duração aproximada da falha |
---|---|---|
Pernambuco | Neoenergia | Interrupção entre 0h31 e 1h10 em dezenas de municípios; cerca de 600 mil clientes afetados. |
Goiás | Equatorial | Mais de 529 mil consumidores em ~49 municípios ficaram sem luz. |
Rio de Janeiro | Light | 450 mil clientes afetados; interrupções em diversas subestações. |
Amazonas | Amazonas Energia | Manaus, Parintins e Itacoatiara relataram falta de energia, restabelecimento por volta de 0h25. |
O que dizem autoridades
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, garantiu que não foi falta de energia para produzir eletricidade, mas uma falha de infraestrutura (o incêndio) que desencadeou o corte emergencial.
Ele explicou que o SIN perdeu uma subestação de grande porte, o que levou ao acionamento automático de corte de carga nos estados mais próximos, para manter o sistema elétrico estável.
Segundo o ONS, as cargas foram restabelecidas nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste dentro de até 1h30min; no Sul, o retorno total levou até 2h30min após o incidente.
O que não é verdade (desmistificando boatos)
- Não se trata de “apagão como nos piores momentos” (como em crises por falta de energia). O ministro ressaltou que há energia produzida — o problema foi de transmissão / infraestrutura.
- Também não há indicação de que isso vá provocar apagões contínuos ou que afetem indefinidamente setores inteiros. O desligamento foi emergencial, controlado, e está sendo finalizado.
- Rumores de grandes danos estruturais ou impactos prolongados ainda não foram confirmados pelos órgãos competentes. Até o momento, o foco é restabelecer e investigar.
O que fazer se você foi afetado
- Verificar se o problema é interno: fios, disjuntores, quadro de luz.
- Acompanhar comunicado oficial da sua concessionária (Enel, Light, Neoenergia, etc.).
- Relatar falhas: muitos estados têm canais emergenciais de atendimento 24h.
- Se depender de aparelhos essenciais (como equipamentos médicos), planejar alternativas (geradores, estabilizadores) temporariamente.
Por que isso pode se repetir – os riscos
- A dependência de infraestrutura delicada: subestações de alta tensão, linhas de transmissão são pontos críticos — se uma falha acontece num ponto estratégico, efeitos se espalham.
- Crescente demanda por energia elétrica, com distribuição desigual entre regiões, exige manutenção rigorosa e atualização constante.
- Eventos extremos, incêndios ou falhas humanas ou naturais aumentam o risco de perturbações semelhantes.